A designação do monte sagrado japonês Fuji como Patrimônio da Humanidade da Unesco provocou o entusiasmo generalizado no Japão, onde desde o primeiro-ministro até montanhistas e turistas comemoraram uma conquista amplamente publicada hoje pela imprensa japonesa.
“Sinto-me feliz do fundo do meu coração”, afirmou o chefe de Governo, Shinzo Abe, após conhecer a decisão tomada na véspera pelo Comitê do Patrimônio Mundial reunido na capital cambojana de Phnom Penh.
O primeiro-ministro assegurou, além disso, que espera que esta designação represente um incentivo para que “mais turistas estrangeiros visitem o Japão para ver o Monte Fuji”, principal ícone do país.
Neste sentido, o “Fujisan”, como se referem no Japão a esta montanha sagrada, recebe a cada ano mais de 300 mil pessoas que, entre julho e agosto, sobem em fila os 3.776 metros deste vulcão, situado a cerca de 100 quilômetros a sudoeste de Tóquio.
O ministro de Cultura japonês, Hakubun Shimomura, comemorou a decisão da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) por ter reconhecido não só a beleza do pico, mas “como símbolo artístico e religioso”.
Com a entrada do Fuji, que cobre cerca de 70 mil hectares entre as cidades de Yamanashi e Shizuoka, o Japão conta atualmente com 17 lugares que gozam deste reconhecimento entre castelos, monumentos e rotas de peregrinação.
À margem da alegria generalizada, a notícia gerou também uma leve preocupação em alguns moradores das povoações situadas na base do vulcão, como em Fujiyoshida, onde o jovem estudante Kokoro Soda, de 17 anos, mostrou sua inquietação diante do temor de que aconteça uma avalanche ainda maior de turistas.
“Vamos ter de enfrentar um monte de problemas, tais como a forma de se desfazer dos resíduos e a chegada de turistas. É importante que as pessoas de nossa geração se envolva nestes temas”, detalhou em entrevista à agência “Kyodo”.
Em formato de cone quase perfeito e rodeado de lagos, o Fuji se transformou em um dos principais símbolos do Japão após ser reproduzido em vários gravuras no período Edo (1603-1868), que teve uma forte influência nas artes ocidentais.
Além de ser um ponto turístico, o Fujiyama (em japonês Monte Fuji) é também um vulcão ativo, cuja última erupção data de 1707, foco de estreita e contínua vigilância por se encontrar em uma importante área sísmica.