Cápsulas de oxigênio, banheiras de microbolhas, geradores elétricos ecológicos e automação residencial serão as marcas das casas do futuro, segundo a feira “Smart House 2013” que começou nesta sexta-feira (24) em Tóquio.
O evento, que durante três dias mostra propostas de cerca de 300 empresas relacionadas com o design, materiais e tecnologias para o lar, mostra além disso as últimas tendências em sistemas de gestão energética sustentáveis.
Neste sentido, a multinacional japonesa Honda levou à feira seu conceito de Smart Home System, com o qual pretende dotar de uma total autonomia as residências através da instalação de painéis solares e geradores ecológicos CHP (Combinação de Calor e Energia, por sua sigla em inglês).
Este sistema, chamado de EcoWill, é capaz de gerar eletricidade e calor ao mesmo tempo, reduzindo o consumo anual em cerca de 50 mil ienes (US$ 518) e emite à atmosfera 38% menos de C02, segundo detalhou à “Agência Efe” Masato Ara, diretor da divisão de promoção energética da companhia.
“É econômico e ecológico. Uma fonte de energia em si mesmo”, acrescentou Ara, que desvelou um aumento substancial das vendas destes sistemas no Japão após o acidente nuclear em Fukushima de 2011, o que provocou a paralisação das centrais atômicas do país e fortes restrições energéticas nos últimos dois anos.
Neste sentido, a feira aposta também em casas dotadas de painéis de automoção e aplicações para dispositivos móveis criados para controlar, inclusive desde fora de casa, o consumo pormenorizado de cada um de seus espaços.
Pelo vista na feira, realizada no futurista espaço de conveções Tokyo Big Sight, os lares também utilizarão energias renováveis e adotarão majoritariamente placas solares para completar o consumo diário.
Como novidade destacam-se os painéis inseridos discretamente entre as telhas das casas, que aproveitam mais horas solares, e outros camuflados para não romper a harmonia do entorno.
Foram apresentados, inclusive, painéis transparentes, idôneos para estufas que permitem absorver a energia sem obstaculizar a entrada do sol.
Enquanto isso, no interior das casas, o espaço é protegido com os melhores isolantes e pinturas que repelem o calor ou frio, e se adapta para permitir as tecnologias destinadas para melhorar a saúde dos inquilinos.
Assim, estas “casas inteligentes” contarão com saunas dotadas de luzes LED de baixo consumo e painéis LCD com DVD, pensados para matar o tempo, e banheiras com sistemas de microbolhas, idôneas para peles sensíveis e para limpar não somente a superfície da pele, mas também a gordura e os folículos.
Outra das surpresas da feira é a cápsula de oxigênio para uso doméstico, como a da empresa KMC, de tamanho reduzido e capaz de criar um entorno com quase três vezes mais oxigênio do que em circunstâncias normais de altitude.
“É algo muito bom para a saúde e para curar lesões musculares e ósseas, ao permitir a redução pela metade dos processos de recuperação em alguns casos”, detalhou à Agência Efe o responsável da companhia, Jitsuho Yoden, que também destacou suas propriedades para tratamentos antienvelhecimento, dietéticos, estéticos ou de relaxamento.
Nestas casas do futuro, os pregões e as paredes de madeira são resistentes à água e aos arranhões, e os móveis se reinventam para abrigar pequenos hortas ecológicos destinadas ao consumo diário de verduras e frutas.
Apesar de contar com todo tipo de adiantamentos tecnológicos, o design das casas no Japão manterá, segundo a Smart House 2013, seus elementos mais tradicionais: bambu, madeira e portas trilhos de papel, reforçados, isso sim, com os maiores avanços para prevenir terremotos, um fenômeno de relativa frequência no país.