O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), ligado ao governo federal, divulgou nesta sexta-feira, dia 4 de abril, que errou na pesquisa em que cerca de 65,1% da população apoiaria ataques a mulheres que usam roupa curta.
Segundo o Ipea, houve uma troca nos gráficos da pesquisa e o resultado divulgado está errado. O resultado de 65,1% diria respeito a aprovação pelos consultados da afirmação Mulher que é agredida e continua com o parceiro gosta de apanhar, e não da afirmação Mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas. A porcentagem real que concorda com a segunda afirmação seria, na realidade, de 26%.
A correção, porém, apesar de restaurar um pouco de nossa fé na humanidade (bem pouco), não redime os outros 58,5% que dizem concordar com a frase Se as mulheres soubessem como se comportar, haveríamos menos estupros. Tampouco, também, podemos dizer que 26% seja um número baixo. Assim que o erro foi detectado, o diretor de Estudos e Políticas Sociais do Ipea, Rafael Guerreiro Osorio, pediu exoneração. O que nos deixa um pouco com a pulga atrás da orelha: como um instituto desse calibre descobre um erro desses mais de uma semana depois?
O saldo de tudo isso, entretanto, foi positivo em sua repercussão, já que estimulou campanhas em redes sociais que politizaram e geraram debate sobre o assunto.