Um homem da Flórida que foi libertado em 2009 após passar 35 anos na prisão por um crime que não cometeu vai receber do estado uma indenização de US$ 1,75 milhões, informou nesta quarta-feira a imprensa local.
James Bain, de 55 anos, foi julgado e condenado em 1974 à prisão perpétua por sequestrar e violar um menino de nove anos, apesar de ter declarado que estava em casa com sua irmã vendo televisão no dia do crime, segundo a organização sem fins lucrativos Projeto Inocência da Flórida.
As provas de DNA realizadas em 2009 provaram que Bain é inocente, por isso que a Flórida, sob as leis do estado, terá que indenizá-lo em US$ 1,75 milhões, US$ 50 mil por ano detido.
Bain passou sua juventude inteira na prisão e disse que a liberdade e a segurança financeira conquistada agora fazem com que se sinta como se tivesse ganhado na loteria, segundo o jornal digital Tampa Bay.
Foi o Projeto Inocência da Flórida, a organização que lutou pela liberdade de Bain, que o ajudou com especialistas para ensiná-lo a usar o dinheiro para não ter que se preocupar com sua situação econômica pelo resto de sua vida.
Bain, que tinha 19 anos quando foi preso, foi condenado, principalmente, pelo testemunho do menor, que declarou que seu agressor tinha um bigode e queimaduras em um lado do rosto.
“Ninguém pode substituir os anos que perdeu”, lamentou Seth Miller, um advogado de Projeto Inocência que ajudou Bain a solicitar as provas de DNA e a apresentar os resultados perante o juiz.
O americano solicitou em várias ocasiões que analisassem seu DNA e o comparassem com as provas do caso, mas seus pedidos não foram atendidos até essa organização intervir.
O Projeto Inocência, que tem escritórios nos EUA e em mais quatro países, ajudou a libertar 272 presos desde 2003, alguns dos quais estavam no corredor da morte, mediante a realização de exames de DNA.