Os povos amazônicos isolados do Peru estão à beira do extermínio, disse nesta sexta-feira (14) à Agência Efe Joaquín García, fundador do Centro de Estudios Teológicos de la Amazonía (Ceta).

“É possível que estes grupos, em breve, não tenham mais remédio que não seja entrar em contato conosco” devido a interesses estatais e empresariais, explicou García durante uma conferência na Casa de América em Madri, e acrescentou que isto representa um sério risco para a sobrevivência.

García também afirmou que a proteção dos interesses das comunidades é uma questão urgente, já que enfrentam “um perigo muito acelerado” e o contato com outros povos pode matar, principalmente pelo contágio de doenças.

O diretor, que também é sacerdote, lamentou que a Lei de Consulta prévia aprovada no Peru em 2011, na qual as comunidades indígenas têm direito a votar as decisões que as afetem, é “muito difícil na prática” e não protege as tribos isoladas.

Ele afirmou, além disso, que “grande parte das pessoas não entende” a decisão destes povos, mas que “sua memória coletiva lhes está cheia de angústia, de temor”, pois em muitos casos a vontade de isolamento procede de ter sofrido alguma experiência ruim.

García, que é espanhol, há 46 anos vive na Amazônia peruana, e em 2006 recebeu o Prêmio Bartolomé de las Casas pelo estudo das relações dos povos amazônicos com seu entorno.


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Indígenas isolados do Peru estão "à beira do extermínio", diz especialista

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