Quase sempre encarada como um fardo para o jovem com hormônios em fúria, a virgindade exige uma independência mental muito grande de quem a tem, mesmo que não se trata de uma opção.
Cercado pelos preconceitos do que seria uma derrota na vida afetiva, o jovem que ainda não conseguiu “estrear” precisa se desconectar do pensamento geral e manter a confiança de que, mesmo “atrasado”, o grande dia vai chegar.
Essa é a história de Leonardo Silva Lima, de 24 anos, que nasceu em São Paulo e é um jovem como qualquer outro. Até determinado ponto, segundo ele próprio.
“Até os 13 anos de idade, eu era um garoto como todos os outros. Eu falava bastante, tinha muitos amigos e, claro, mexia com as meninas na escola”, conta Léo, como gosta de ser chamado.
“A partir daí, muitas coisas aconteceram na minha vida, como por exemplo, a separação traumática de meus pais e a necessidade de mudar de cidade com a minha mãe, onde passamos por dificuldades”, explica o paulistano, que teve de se mudar contrariado para a pequena cidade de Maria da Fé, no interior de Minas Gerais.
A difícil adaptação em Maria da Fé não foi o seu maior problema para chegar, aos 24 anos, virgem. Aliás, essa não foi uma opção do rapaz. “Mudar pra lá não foi legal, mas acredito que minha timidez é o pior dos fatores. Comecei a ficar cada vez mais tímido e, ao mesmo tempo em que todos meus colegas de escola já estavam ‘ficando’ com as meninas, eu nem mantinha contato com elas”, comenta Léo, que atribui ao seu trabalho na época (uma serralheria) grande parte da “culpa” que sente por ser virgem.
“Eu trabalhava com metais e andava todo sujo na rua. Isso aumentava muito minha vergonha. Com todos esses problemas, eu não tinha tempo para pensar em meninas”, afirma.
Ser virgem é, simultaneamente, um problema e uma coisa normal para Léo. Sobre masturbação, por exemplo, ele encara a virgindade de forma mais tranqüila.
“Se cheguei até os 24 virgem, talvez pudesse até esperar para me casar assim. Se for para ser com uma pessoa que eu goste de verdade, não vejo problemas. A masturbação alivia a tensão mesmo e quando chegar a hora vai valer a pena.”
Em contraponto, se a questão é o lado psicológico, Léo tem outro ponto de vista. “Esse é o lado que pesa. Parece que tenho a palavra ‘VIRGEM’ estampada na testa”, lamenta. Há alguns anos, ele voltou para São Paulo e hoje trabalha na Junta Comercial, além de fazer faculdade de administração de empresas.
Querendo ou não, por uma mera questão de definição ou nomenclatura, Léo é um adepto involuntário da independência sexual: é alguém que, até os 24 anos, viveu sem sexo. Se ele próprio se considera um independente nesse sentido já é uma outra história…
“Eu não sou um independente. Porque eu quero, sinto falta de sexo e não quero mais perder tanto tempo até conseguir deixar de ser virgem”, conta. E completa: “Chegar aos 30 anos virgem, jamais!”
Alguém aí duvida do Léo? Até este ano, o garoto também nunca tinha beijado uma mulher. E rolou. “Conheci uma moça este ano e acabou rolando. Foi emocionante pra mim, pois gostava muito dela e representou demais esse beijo. Agora, já resolvi essa questão, e acredito que perder a virgindade não será mais um problema tão grande depois ter me livrado desse peso de nunca ter beijado”, diz, revelando como idealiza que seja este momento tão especial.
“Seria em uma tarde de sábado, sem muitas fantasias. Em uma cama mesmo, onde minha parceira teria paciência comigo. O importante vai ser o sentimento que vou guardar quando perder a virgindade e não se vou realizar a imagem que construí nos últimos tempos”, finaliza.
Boa sorte, Léo!