Um esporte vem ganhando muita popularidade nos Estados Unidos: uma espécie de MMA para crianças em que a única diferença para modalidade de adultos é não serem permitidos golpes no rosto. Batizado de Pankration, talvez alguma referência obscura ao esporte praticado na Grécia antiga (pancrácio) onde quase tudo era permitido, estima-se que a prática tenha mais de 3 milhões de crianças praticantes no país.

Muitos críticos vêm chamando a prática de barbárie e temem pela segurança tanto física quanto psicológica das crianças, pois não sabem qual o impacto que esta prática pode ter em seus comportamentos. Já os patrocinadores creem nos benefícios que a disciplina, o fair-play e o exercício exigidos pela luta podem trazer.

Um fotógrafo de Nova York, Sebastian Montalvo, decidiu pesquisar esse esporte e viajou por todo os Estados Unidos para produzir uma série de fotografias, na tentativa de criar um debate acerca da modalidade. Sua objetivo principal foi registrar as diversas crianças praticantes e seus pais, os grandes incentivadores.

Uma dessas crianças é Kristopher Arrey, de apenas 7 anos e que já recebeu o assustador apelido de “Coletor de Braços”. Em uma imagem impressionante, Sebastian capta Kristhopher aplicando um golpe impressionante em um menino, que, ao terminar a luta, sai chorando – talvez o lembrete mais que necessário aos espectadores de que o lutadores não passam de crianças.

Segundo o fotógrafo, o incentivo dos pais é o que está impulsionando a prática dessa modalidade. De acordo com o “Dailymail”, Sebastian presenciou o pai de um dos meninos pedindo ao filho conter o choro e voltar ao ringue. “Eles (os pais) são super competitivos. Amam seus filhos demais, mas também fazem questão de ganhar”.

Chris Conolley, professor de MMA, diz que o que é ensinado para as crianças no Pankration é muito diferente da luta ensinada para os adultos praticantes de MMA. Em uma entrevista ao Fox6, ele disse que “este esporte seria uma forma excelente de incentivar exercícios físicos, de combater a obesidade infantil e de, portanto, encaminhar as crianças para um vida saudável”.

Para os críticos, porém, é um incentivo desnecessário à violência, já que existem outras modalidades e práticas de exercício menos nocivas ao corpo e menos competitivas. A grande preocupação são com as lesões, especialmente concussões, que podem ocorrer durante as lutas. “Eu acho um esporte muito perigoso do ponto de vista físico, pois podem agravar e levar a lesões significativas, sobretudo, no pescoço e nos ligamentos”, disse ao “Dailymail” a pediatra Lisa Thorntom


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Fotógrafo americano retrata polêmico MMA infantil