Fotógrafo, professor de fotografia e cineasta, Thiago Theo e sua parceira Ana Catarina captam imagens incríveis do surfe adaptado para deficientes. Thiago, que é de Belo Horizonte, está com uma campanha de financiamento coletivo para transformar o curta-metragem Adapt Your Mind (contribua aqui), dirigido por ele e Ana, em um longa sobre o tema. “O objetivo é mergulhar mais a fundo nesse universo dos surfistas adaptados”, afirma.
“A ideia surgiu quando eu e Ana Catarina estávamos no Havaí, acompanhando o atleta de surfe adaptado Davi Teixeira, durante o 15th Duke’s Ocean Festival. Este festival acontece anualmente na praia de Waikiki e reúne os melhores surfistas adaptados do mundo. No dia a dia do campeonato, vivenciamos uma das experiência mais engrandecedoras de nossas vidas”, enaltece o fotógrafo.
“Os atletas são exemplos de superação e amor à vida. Acredito que a fotografia e o cinema tem o poder de deixar um legado para o mundo. Assim resolvemos fazer o filme com o propósito de deixar um legado positivo e levar para o maior número de pessoas essa mensagem de amor a vida que esse atletas nos ensinaram”, completa.
Conheça o projeto Adapt Your Mind, voltado para surfe adaptado
O curta foi visto em 44 países e selecionado para festivais de filme de surf no Brasil e no mundo. Em relação aos os benefícios do surfe para quem tem necessidades especiais, Thiago apresenta sua visão. “O contato e vivência com o mar renovam o organismo dos indivíduos. Alguns dos surfistas adaptados já surfavam antes do contratempo que tiveram, então, naturalmente, sentiam essa necessidade de estar no mar, seja nadando, seja surfando, ou simplesmente imersos nele. O surfe traz benefícios físicos e pscológicos. Traz a igualdade e a liberdade de estar fora da cadeira de rodas (no caso de alguns), traz o bem-estar e a independência. O surfe trabalha grupamentos musculares que não são possíveis de se utilizar de nenhuma outra forma”, enumera.
Já em relação à experiência dos surfistas adaptados no Havaí em comparação com o Brasil, ele revela que o arquipélago dos Estados Unidos está mais avançado, mas se mostra otimista em relação ao nosso país. “O surfe adaptado em geral ainda está se descobrindo e evoluindo em progressão geométrica. O esporte contagia por onde passa. A comunidade do surfe adaptado tem se unido e encorajado outros indivíduos, de outras nacionalidades a se juntarem e experimentarem essa vivência. O Havaí recebe mais apoio e tem uma estrutura de associações e confederações mais organizada que no Brasil. Mesmo assim, alguns atletas de performance se destacam,como o Fellipe Kizu, considerado por muitos atletas internacionais como um dos melhores surfistas adaptados do mundo, Davi Teixeira de somente 11 anos, com dois vice-campeonatos no currículo e o Alcino Pirata, visto como uma lenda do surfe adaptado”, contextualiza.
“Alguns projetos no Brasil proporcionam essa experiência no mar e no surfe para os adaptados que querem experimentar, que querem praticar o surfe adaptado. A grande luta ainda é também pela acessibilidade, que no Brasil é muito precária e aquém das reais necessidades dos cadeirantes”, pondera.
Por trás das imagens de Thiago, a mensagem que estes surfistas passam é de que é preciso saber surfar as ondas das adversidades e das alegrias da vida.