Se você é daquelas mulheres que acreditam que homem nenhum presta – e que a vontade de fazer “aquilo” estará sempre a frente de qualquer pensamento racional -; esta matéria pode te surpreender muito (ou parecer uma grande hipocrisia por parte de nossos entrevistados).
Pense rápido: você conhece algum homem que recusaria fazer sexo caso você se oferecesse claramente?
“Claro que não conheço nenhum. Quando um homem recusar sexo ele vai começar a voar. Já viu homem voando?”, ironiza Jessica Pereira, 19 anos, criando uma versão feminina para a antiga piada machista que afirma que “mulher que não dá voa”.
Já Marina Tardelli, 18 anos, vai mais fundo:”para os meninos o sexo é uma coisa muito mais banal do que é para as mulheres. Na cabeça de qualquer garoto, recusar sexo equivale a não ser macho… Eles acham que tudo é prazer e se esquecem do respeito ao próximo corpo. Não precisa nem falar que isso é uma idiotice”.
Em geral elas têm mesmo razão. Foi difícil encontrar uma história que desmentisse esse tipo de generalização.
Mas existem, sim, casos em que a “cabeça de cima” vence a “cabeça de baixo” no instinto masculino.
Richard Molina, 22 anos, dá seu exemplo: “se eu não me sentir a vontade com a menina, não vou forçar uma situação. No churrasco de aniversário de um amigo meu, por exemplo, uma garota bêbada que eu beijei queria porque queria uma coisa mais séria num canto escondido…”
Pára! Pára! Pára!
Que cara diria “não” numa situação dessas?
Ele se chama Richard. “Não quis partir pro sexo naquela noite. O lugar era muito arriscado, e além do mais a menina estava bêbada demais, ía ser meio como se eu a usasse”, conta o nosso herói (para quem quiser acreditar).
O papo de que “eu me sentiria usando a menina” é realmente muito raro.
No entanto há outros motivos mais comuns para justificar a recusa de um homem ao sexo. A falta de preservativo é o mais frequente deles (o menino pode até correr desesperado atrás da farmácia mais próxima, mas muitos preferem não se arriscar a transar sem camisinha).
Outras histórias envolvem fidelidade (sobretudo quando se namora sério), cansaço (homens mais velhos), insegurança (garotos virgens) ou até algum terrível fator externo. Vejam só que infelicidade a de Bráulio Melo Pinto Furtado (nome fictício):
“Eu ainda era virgem quando operei da fimose, com 15 anos. Teria que passar uma semana de molho para não estourar os pontos… E não é que justo nessa semana eu beijei uma menina tarada, que queria abrir o zíper da minha calça a qualquer custo!?”.
Pinto Furtado inventou uma desculpa esfarrapadíssima para a menina. “Disse que estava me sentindo meio tonto e com dor de cabeça. Voltei pra casa e nunca mais a vi”.
Situações assim são um tanto constrangedoras, porém um esclarecimento se faz importante: recusar sexo é diferente de brochar ou de não gostar da “coisa”.
Richard defende a idéia: “um cara que não sai por aí transando com qualquer uma deve ser valorizado e não ridicularizado. Tem muito mané que sai pegando qualquer baranga que vê pela frente e se acha o máximo. Eu, sinceramente, não vejo a menor graça nesse tipo de comportamento”.
E uma coisa nós garantimos: o Richard não voa.
