Rede de fast-food Lyfe quer revolucionar a alimentação dos americanos
Sai gordura trans, entram vegetais orgânicos. Essa é a proposta de Mike Roberts, ex-executivo de alto escalão do McDonald’s que decidiu abandonar a cadeia de lanches gordurosos e frituras para abrir seu próprio negócio, uma rede de fast-food orgânica.
Roberts foi presidente e diretor de operações do McDonald’s por anos e junto com alguns ex-colegas da antiga empresa abriram o Lyfe (Love Your Food Everyday – em português, “ame sua comida diariamente”), restaurante que, segundo palavras do próprio, pretende revolucionar os hábitos alimentares dos americanos.
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“Nós estamos no meio da primeira etapa da revolução de alimentos”, dise ele à revista “Wired“. “Eu estou sonhando com um lugar onde a ciência, a medicina, os produtores, agricultores e donos de restaurantes se encontram para dizer que estão em uma jornada juntos”.
Na rede de restaurantes – distribuída, por enquanto, apenas pelo estado da Califórnia, nos EUA – as refeições gourmet são sustentáveis, servidas com a eficiência e a economia que se esperam de uma rede de fast-food. No entanto, todos os bolos são preparados sem leite, não há manteiga, não há açúcar ou farinha branca, nem xarope de milho ou frutose em grande quantidade. Também nada de conservantes, gordura trans ou aditivos. Mas, sim, há lugar para hambúrgueres, barris de cerveja orgânica e vinho biodinâmico, além de muita couve de Bruxelas.
Além de construir uma marca radicalmente sustentável e saudável de fast-food, os sócios – que apostaram alguns milhões de dólares no novo empreendimento, que pretende concorrer com Burger King, KFC, Subway, Taco Bell, Pizza Hut e Domino’s (todos conhecidos pela gastronomia de elevadas doses calóricas) – esperam mudar a forma como o mundo produz ingredientes orgânicos, transformando o Lyfe numa referência para as carnes e vegetais produzidos de forma responsável, assim como o McDonald’s se tronou um símbolo do bife desenvolvido industrialmente.
O idealizador do projeto tentou incluir coisas saudáveis no cardápio do McDonald’s durante sua passagem pelo concorrente, como frutas, cenoura e iogurte. Ele também criou um McNugget vegan e passou a fazer essas inserções no cardápio depois de uma pesquisa de mercado, cujo resultado mostrou que as mães e pessoas que tomam as decisões na hora das refeições estavam mais preocupadas do que nunca com alimentos saudáveis.
Roberts, no entanto, não pretende cortar a carne do cardápio das pessoas, apenas entregar, como produto final, uma carne vinda de uma ave que não passou por um processo de crescimento acelerado, com hormônios.
Tudo o que entra no restaurante é milimetricamente averiguado, desde a alimentação das vaquinhas que produzirão o queijo do cheeseburguer, até a forma como é fornecida/utilizada a energia elétrica na fazenda onde ela é criada.
Até as embalagens onde vão os lanches são diferentes, não são produzidas por árvores que foram derrubadas para virar papel, mas, sim, a partir de um combinado de cana e talos de milho. Talheres e copos também são feitos a partir de derivados do milho fermentado.
Na cozinha tudo é programado para reduzir energia elétrica, água, sabão, ingredientes, calor etc, e o menu do restaurante dispõe de beterraba, repolho, chuchu, batata e muita couve de Bruxelas (carro chefe da casa), tudo preparado de forma saudável, principalmente sem frituras.
Em cinco anos, os sócios pretendem expandir a rede para todo o mundo. Será que a moda vai pegar?