Protesto contra assassinato de Victor Hugo Deppman
Créditos: Taiz Dering
Quem trabalha na avenida Paulista sabe que todos os dias ao meio-dia soa uma sirene avisando o horário do almoço. Nesta quinta-feira (11), assim que o alarme tocou, cerca de 500 alunos da faculdade Cásper Líbero saíram das salas de aula em uma caminhada em homenagem ao amigo Victor Hugo Deppman, de 19 anos, morto com um tiro na cabeça após um assalto, na última terça-feira.
Vestindo branco, carregando cartazes e entoando coro contra a impunidade, os estudantes ocuparam duas faixas da avenida, em uma caminhada de ida e volta a partir das escadarias da faculdade, até a Rua da Consolação.
“Feliz, sorridente, alegre. É assim que ele era. Nunca se via o Depp (apelido de Victor) triste. Onde ele chegava, todos gostavam dele. A faculdade era sua vida. Ele queria ser repórter. Hoje a gente pede a punição do assassino como um maior de idade”, disse Fabricio de Oliveira Leão, 21 anos, amigo de infância do garoto e representante de todos os seus amigos da cidade de Arujá.
Conforme informações do SPTV, da “Rede Globo”, o assassino de Deppman se entregou à polícia, após denúncia do próprio irmão. O adolescente, que mora em uma comunidade a 800 metros da casa da vítima e local do crime, completará 18 anos nesta sexta-feira e, por isso, não deverá ser julgado como um adulto, mas, sim, de acordo com o estatuto da criança e do adolescente. O assaltante já teve três passagens pela Fundação CASA, para onde voltou após confessar o crime. O caso trouxe novamente à tona a discussão sobre a maioridade penal.
Além de amigos de infância e colegas de faculdade, a namorada de Depp também se juntou aos manifestantes, assim como Issao Hoshino, amigo da família Ota, cujo filho Ives foi sequestrado e morto há 15 anos.
“Vim aqui pedir a ajuda de vocês para que casos como o do Victor e do Ives não sejam esquecidos e seus assassinos não fiquem impunes. Precisamos nos unir nessa campanha pela impunidade. Criminosos não podem ser soltos após 5 ou 6 anos de reclusão, mesmo recebendo penas de mais de 20 anos. Os indivíduos precisam passar por avaliação psicológica antes de saírem para o convívio da sociedade. Precisamos trabalhar com a cultura da paz”, bradou Issao aos manifestantes, que o aplaudiram.
Por volta das 13h30, já de volta às escadarias da Cásper, os manifestantes soltaram balões brancos em homenagem ao estudante de rádio e TV.
Na tarde do próximo sábado (13), os amigos e familiares do universitário voltarão a se reunir em uma homenagem realizada no Largo do Belém, região Leste de São Paulo e próximo ao local do crime.
Victor Hugo foi morto, mesmo sem reagir a um assalto, quando chegava do trabalho por volta das 21h. Ele estava com uma mochila, entregou o celular ao bandido, mas foi alvejado com um tiro na cabeça.
Assista ao vídeo da manifestação: