Acessórios de games
Créditos: Reprodução
Durante um passeio pela Av. Paulista, este escriba viu algo diferente em uma loja de eletrônicos em frente ao prédio da Gazeta. Lá dentro, um garotinho estava jogando videogame — era Mario Kart, para Nintendo Wii — em um kart inflável.
A cena atraiu o olhar pela combinação dos objetos: Era claramente uma boia para usar na piscina nos dias quentes de verão com alguma adaptação para funcionar no console da Nintendo.
Recentemente, o assunto “acessórios para videogames” voltou a ser pauta, e foi ai que resolvi pedir ajuda aos universitários, ou melhor, ao especialista Edson Godoy, de 34 anos, um servidor público que tem como hobby colecionar games, para relembrar algumas das parafernálias mais esquisitas (não necessariamente ruins) que já foram parar nas prateleiras.
Reunindo raridades desde 1998, ele me contou que já tem mais de 4400 jogos, 95% deles na caixa e com manual — notou o perfeccionismo da coisa, né? Especialista é assim — e mais de 60 videogames que ele usa justamente para testar esses games.
Num bate papo bacana, pedi que ele me contasse sua experiência com os tais acessórios, e o que veio depois foi uma sequência de lembranças (e traumas) de vezes que a indústria dos games tentou dar mais interatividade aos jogos.
“Um dos mais emblemáticos foi o Activator, da Sega.”
“Ele prometia capturar o movimento do jogador transmiti-lo para a tela do Mega Drive, mas falhava miseravelmente nessa tarefa”, lembrou Edson. Com formato octogonal, o Activator até que não era assim tão ruim — pelo menos no quesito “ocupação de espaço”.
O controle feito pela Capcom para os jogos da série Steel Battalion (exclusivo para Xbox) já era bem maior, um verdadeiro trambolho difícil de guardar. Mas pelo menos funcionava perfeitamente.
“Esse controle possui três módulos diferentes e mais um acessório com três pedais. A ideia era simular a cabine de um robô mesmo. Coisa de primeira, e funciona muito bem”, explicou.
Para sentir os trancos dos jogos, Edson resolveu experimentar o Aura Interactor, uma mochila que vibrava de acordo com os sons emitidos pelo videogame. A expectativa e a realidade mais uma vez se mostraram opostas.
“O Aura Interactor era uma mochila feita de material duro que vibra de acordo com os sons do jogo.”
Neste caso, “a sensação proporcionada ao jogador ficava bem longe do prometido pelo acessório”, atestou.
Da mochila treme-treme para a realidade virtual, foi a vez de testar o óculos VictorMaxx. O acessório prometia uma visão diferente ao jogador, mas a coisa não funcionava muito bem.
“O óculos transmitia em baixa a mesma coisa que aparecia na TV em baixa resolução, com a diferença de que, quando o jogador virava a cabeça, a imagem do jogo acompanhava, como se o jogador estivesse usando o controle convencional. O efeito era mecânico e nada confiável”, lamentou.
Antes de fazer qualquer outra pergunta, Edson chamou: “Estou me lembrando de um acessório para PlayStation 3 que é bonito pra caramba, mas comigo não funcionou bem. A metralhadora do game SOCOM 4, para usar junto com o Move (controle de movimento do PS3). Você mexia a metralhadora, e a mira se movimentava na tela. Mas não era muito preciso. Essa falta de precisão, combinado com o cansaço que dava por ter que ficar o jogo inteiro segurando aquilo, acabava tirando a graça do jogo.”
Por falar em arma, porque não jogar um game usando uma serra elétrica como controle. “Lembrei de outro que dava para usar no GameCube e no PlayStation 2, aquele controle-serra-elétrica lançado com Resident Evil 4. Esse eu tenho na coleção, é bem bonito, mas é só isso”, completou.
Para fechar a lista de controles diferentes, Edson escolheu uma vara de pesca (é isso mesmo): um molinete digital usado nos jogos de pesca lançados para Dreamcast, da Sega.
A lista de acessórios esquisitos vai longe ainda. Além desses citados pelo Edson, tem todos esses da galeria acima. Teve experiência com algum? Conte ai nos comentários.
Além de colecionar, Edson mantem um trabalhoso projeto online chamado Video Game Data Base, um grande banco de dados com informações detalhadas sobre jogos para os mais variados consoles. Ele também escreve sobre games no blog de games Kapoow.