Marcelo Oséas/Divulgação Série Agridoce Agrestino
Craque das lentes, o fotógrafo documental Marcelo Oséas, que mora em São Paulo, foi até Panelas, Pernambuco, para registrar a série O Agridoce Agrestino. O profissional, que trocou as Ciências Econômicas pelas imagens, conta que evitou os clichês ao retratar a região.
“Decidi celebrar a cultura agrestina, jogando fora os estereótipos conhecidos e fazendo jus à alegria e à luta de todos que encontrei por lá. Eu já havia decidido não perseguir o estereótipo apresentado ao mundo sobre o povo nordestino: de tristeza, seca e sofrimento. Mas, ao mesmo tempo, não poderia abrir mão de pontuar a luta, cotidiana, de um povo que resiste à um clima rigoroso e à uma vida de grande privações”, afirma Oséas.
Durante sua expedição, 0 fotógrafo acompanhou as comemorações da Festa do Jerico, conhecida em toda a região, onde a pequena cidade de Panelas se transforma para agradecer ao santo padroeiro e receber os viajantes de diversos Estados vizinhos. Em quatro dias de festa, são realizadas atividades como corridas de jegues, shows, festas, missas, vaquejadas e cavalgadas.
“Fui certamente transformado pela própria história que eu pretendia contar. Conforme os dias passam, e o tempo torna distante minha vivência agrestina, criador e criatura tornam-se uma exclusiva certeza: tornei-me ali mais brasileiro”, resumiu.
O trabalho de Oséas é uma explosão de cultura e um contraponto às imagens do Nordeste como terra arrasada. Afinal, como diz a música de Maurício Tapajós e Aldir Blanc, eternizada por Elis Regina, o Brazil não conhece o Brasil.
Série O Agridoce Agrestino, do fotógrafo documental Marcelo Oséas
Créditos: Marcelo Oséas/Divulgação
