Edson e Hudson
Créditos: divulgacao
Quem?!?! Dupla sertaneja
PROBLEMAS
Emílio: Então, quer dizer que vocês tiveram “pobrema”?
Édson: “Pobrema” com o álcool.
Bola: Ah, foi de álcool?
Hudson: Com certeza.
Amanda: Vocês são muito roqueiros, né?
Hudson: Muito o quê?
Emílio: Roqueiros. Por isso compararam vocês aos irmãos Gallagher do Oasis.
Édson: Mas eu vou falar uma coisa para vocês. Que o nosso exemplo sirva para muita gente, porque nós temos que aprender a nos perdoar mais. Quantas pessoas que morrem brigado com o irmão, com o pai? Cara, se liga, o inferno você está construindo para você mesmo. A minha cabeça hoje é a seguinte: recuperar tudo aquilo que eu perdi porque Deus me deu uma chance. Eu poderia estar morto. O caminho meu e do Hudson era a morte. Eu tomava um remédio para a depressão que era pior que heroína, entendeu? E bebia uísque pra caramba. Chegou uma hora que eu me olhei no espelho e fiquei assustado comigo, porque eu estava inchado, tive três ataques cardíacos e tinha apneia do sono pra caramba, entendeu? Mas eu quero ser lenda viva, não lenda morta.
Pior: Édson Winehouse!
Édson: Édson Winehouse mesmo. Ontem eu dei o exemplo dela, cara. Porque sabe o que faltou àquela menina? Amigos de verdade ao lado dela. A mesma coisa que faltou para o Michael Jackson.
Silveirinha: Mas quem abriu os seus olhos? Foram os seus amigos?
Édson: Olha, eu não sou evangélico, não, como a Amanda perguntou. Mas, cara, eu acho o seguinte, que Deus é muito grande e com Deus não se brinca.
ORIGEM
Bola: Vocês são da onde?
Édson: A gente veio do circo.
Bola: De circo?
Édson: Na verdade, nosso pai era palhaço e a nossa mãe cantava junto com ele.
Bola: Então vocês não tinha moradia fixa. Iam viajando o Brasil inteiro.
Édson: Não. Nós nascemos em uma barraca.
Carioca: E Limeira?
Hudson: Limeira é assim, quando nós paramos com o circo, nós paramos em Goiás. Mas aí a nossa mãe meteu um pé na bunda do nosso pai e veio para Limeira com a gente, daí ele veio atrás dela e acabamos ficando em Limeira também. A história resumida.
Emílio: Aí abandonou o circo.
Édson: Abandou. Porque o circo, na verdade, foi para a televisão, né? O que o Pânico! Faz hoje na televisão, a gente… Vocês inovaram a televisão brasileira, mas muita coisa, por exemplo, aquela de fazer humor com farinha de trigo e essas coisas, a gente viu e viveu no circo. Antigamente, no circo, você não podia fazer simplesmente uma apresentação de um artista, tinha que ter uma peça junto. Então, tinha “Trapalhões”, tinha o Sérgio Reis, que fazia o “Menino da Porteira”.
Emílio: Circo-teatro, não é isso? Que tinham os números e as peças.
Hudson: Circo-teatro, exatamente.
MÚSICA
Bola: e por que vocês decidiram partir para a música e não para a parte de circo?
Hudson: Porque circo, hoje, está bom só para atacar fogo.
Bola: Não, hoje sim. Mas quando vocês eram moleques…
Hudson: Mas eu não quis dizer no sentido pejorativo de atacar fogo mesmo.Mas porque hoje o circo acabou mesmo.
Pior: O Cirque de Soleil não é assim, não.
Édson: Mas espera aí, o Cirque de Soleil é outra coisa, né? Esses circos grandes ainda têm espaço, mas o circo-teatro que fazíamos, não. Hoje, nós temos parentes que ainda trabalham no circo, eles têm o Circo Stankovich, um dos maiores do Brasil, que hoje tem três espetáculos viajando pelo país e tal. Mas, mesmo quando a gente era moleque, a gente não chegou a trabalhar muito no circo. Fomos trabalhar só depois que formamos a dupla.
Emílio: Aí começaram a fazer show direto.
Édson: Direto. Até em funeral a gente tocava se pagassem.