As canonizações dos papas João XXIII e João Paulo II, sóbria e solene, não escapou do onipresente olhar das câmeras dos dispositivos eletrônicos que tanto peregrinos como autoridades não duvidaram em utilizar na presença do papa Francisco.
Esta dupla canonização, já qualificada de histórica, suscitou a curiosidade de centenas de milhares de pessoas que chegaram à Cidade Eterna para participar da cerimônia. Durante esta jornada, conhecida como “dos quatro papas”, tanto os peregrinos como as autoridades presentes fizeram o possível para ter uma foto junto com o papa.
Esta moda começou no dia 31 de agosto do ano passado, quando Francisco rompeu o protocolo na basílica de São Pedro do Vaticano para se aproximar de um grupo de jovens que aproveitaram para fazer uma “selfie” com o papa.
Hoje a Santa Sé realizou as canonizações dos papas João XXIII, conhecido como o “papa bom”, e João Paulo II, “o viajante”. Um ato solene, com uma liturgia profunda e um transcurso carregado de simbolismo que não esteve isento da intromissão destes dispositivos tecnológicos.
No entanto, nesta ocasião foram alguns dos líderes políticos das 93 delegações que presenciaram a cerimônia que protagonizaram a lembrança. É o caso do presidente polonês, Bronislaw Komorowski, o líder do país de procedência de um dos novos santos, Karol Wojtyla, João Paulo II. Após a cerimônia, Komorowski, ao chegar perante a presença do papa, rompeu o protocolo para pedir a sua mulher, Anna Komorowska, que lhe fotografasse com o pontífice.
Não foram os únicos, pois aos poloneses lhes seguiu, entre outros, o representante do Senado filipino, Rodolfo Fariñas, que utilizou seu telefone celular para fotografar-se, titubeante, com o papa e com o governador regional da Casa Pontifícia, monsenhor Georg Gänswein.
No entanto, os smartphones e os tablets não marcaram presença apenas diante do bispo de Roma. Na saída do templo era possível ver diversos cardeais e bispos deterem o passo para fotografar a célebre esplanada vaticana repleta de centenas de milhares fiéis sob um céu que ameaçava chuva.
Já santificados os papas, Francisco subiu no papamóvel para passear entre os milhares de peregrinos que lhe ovacionavam. Em sua passagem, o papa Francisco voltou a provocar as luzes das câmeras fotográficas que lembraram aquela noite de 13 de março na qual um quase desconhecido Jorge Mario Bergoglio foi apresentado ao mundo como Francisco, o primeiro papa latino-americano.
Um mundo que lhe esperava por trás de infinidade de telas e dispositivos tecnológicos que, pela primeira vez, cobriram até o último paralelepípedo da Praça de São Pedro.