Após passar três anos em um porão insalubre, no qual viviam entre seus próprios excrementos, duas crianças francesas, de dez e 12 anos, foram resgatadas pelos serviços sociais do país, informaram nesta segunda-feira (22) a imprensa local.
Privados de eletricidade, água corrente e tendo a comida racionada, os dois menores viveram durante esse tempo em um porão sem janela e ventilação de uma casa situada na cidade de Pavillons-sous-Bois, aos arredores de Paris.
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Por conta da situação calamitosa, o mais velho dos menores se dirigiu a uma delegacia próxima na última quarta-feira para denunciar os maus tratos de seu pai contra seu irmão, fato que resultou na intervenção das autoridades, que, ao averiguar os fatos, descobriram as péssimas condições em que as crianças viviam.
A polícia deteve o pai dos menores e a madrasta no último sábado, ambos os acusados de violência infantil, abandono e privação de alimentos, enquanto as crianças foram encaminhadas aos serviços sociais.
Ao chegar à casa da família, os agentes também descobriram a existência de uma terceira criança, filho da madrasta dos outros dois e que tinha uma vida normal, ou seja, dormia em um quarto da casa, comia com os adultos e estava matriculado em um colégio particular.
Enquanto o filho da madrasta recebia um tratamento adequado, as outras duas crianças permaneciam no porão sujo e com um avançado estado de deterioração, onde dormiam sobre um fino colchão jogado no chão e sem cobertores.
Segundo a emissora “BFMTV“, além da diferença no tratamento dentro de casa, as crianças em questão estudavam em um colégio público, que, por sinal, chegou a enviar alguns avisos aos pais por causa das condições inadequadas que os mesmos chegavam à aula.
Tanto o pai, um encanador de 39 anos, como a madrasta, de 44 e desempregada, trancava as crianças sob chave no porão a partir de uma determinada hora.
Nas primeiras audiências realizadas, o pai justificou os maus tratos pelo fato de que as crianças eram “insuportáveis e quebravam tudo” dentro de casa, informou a “BFMTV”.
A emissora também apontou que as crianças apresentavam sinais de agressões nos braços, o que sugere que as crianças eram “vítimas de uma violência da qual o grau ainda fica por definir”.
As crianças passaram a receber esse tratamento após a partida da mãe biológica, que era dependente química, e a partir da chegada da madrasta, segundo uma fonte próxima à investigação citada pela emissora.