O consumo de cerveja desabou aproximadamente 20% durante os últimos três anos em Portugal, em meio à grave crise econômica e do forte aumento da pressão fiscal, e se situou no nível mais baixo em três décadas.

O presidente da Associação Portuguesa de Produtores de Cerveja (APCV), Antônio Pires de Lima, afirmou nesta terça-feira (12) em um fórum organizado por essa associação que a queda se deve em boa parte aos efeitos de uma “tributação excessiva” ao setor de hotelaria, área na qual mais se reduziram suas vendas.

Segundo os dados da APCV, os portugueses beberam em 2012 uma média de 48 litros por pessoa, cinco vezes menos do que um ano antes e 11 vezes menos que em 2010, ano no qual explodiu a mais severa crise econômica sofrida pelo país em sua história recente.

Desta forma, Portugal se distanciou ainda mais da média europeia, que ronda os 72 litros por ano.

Os fabricantes portugueses de cerveja produziram no ano passado 750 milhões de litros aproximadamente, dos quais 300 (cerca de 40%) foram para exportação, detalhou Pires de Lima.

Apesar da queda do consumo em Portugal, as companhias do setor fomentaram sua presença em outros países e conseguiram aumentar no ano passado em 20% suas vendas internacionais para compensar a menor demanda no mercado doméstico.

Em Portugal, as perspectivas do setor não mostram indícios de melhora e a associação calcula que, no último ano, as vendas da bebida caíram 13% no setor da hotelaria – onde o IVA aumentou no ano passado 10 pontos, até 23%.

A APCV estima que o setor fornece 1,1 bilhão de euros à economia nacional (equivalente a 0,67% do PIB português) e gera cerca de 75 mil postos de trabalho diretos e indiretos.
O mercado nacional português está dominado pelas marcas Sagres (propriedade da central Cervejas e Bebidas) e Super Bock (da Unicer), com uma cota entre as duas de quase 90%. 


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Consumo de cerveja em Portugal cai a níveis de 30 anos atrás

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