Naquela sexta-feira, elas se tornaram heroínas. O massacre na escola Sandy Hook poderia ter sido muito mais triste se não fosse pela bravura das funcionárias da instituição, seis delas delas mortas pelos tiros de Adam Lanza, 20 anos, ex-aluno da escola.
Na cidade de Newtown, em Connecticut, nos Estados Unidos, 20 pequenas vidas tiradas precocemente. Mas poderia ter sido pior se a diretora e cinco professoras da instituição não tivessem arriscado tudo para impedir o atirador de comenter mais atrocidades.
Dawn Hochsprung, 47, diretora da escolar, foi uma das mais bravas da turma. Ao ouvir os tiros no corredor, a mulher saiu de sua sala e correu até o local dos disparos. Segundo a agência de notícias “Associated Press“, os últimos minutos de vida de Dawn Hochsprung foram cruciais para impedir um massacre maior. Ela gritou com o assassino, pedindo para que ele não continuasse com aquilo. “Não esperaria algo diferente dela”, disse a vizinha Judith Neukam.
Bernardo De Castro, 39, conhecido da diretora, disse que o ato seria algo típico de Dawn. “Ela tinha uma presença forte, muito franca, de opinião forte. Não estou surpreso que ela tomou frente da situação”, disse.
A diretora trabalhava na escola havia dois anos e era muito querida pelos alunos e os moradores da comunidade.
A professor da primeira série Vicki Leigh Soto, 27, morreu protegendo as crianças que ela tanto amou. Essas foram as palavras de Jim Wiltsie, primo da vítima, ao jornal “The Wall Street Journal“.
Segundo testemunhas, assim que percebeu o que estava acontecendo, ela tentou esconder seus alunos em um armário na sala de aula. “Ela foi achada abraçada com o grupo de crianças”, disse o primo, que é policial. “Ela se colocou entre os alunos e as balas do atirador”. Wiltsie espera que a prima seja reconhecida pelo seu ato de heroísmo. “Ela merece”.
Mary Sherlach trabalhava na escolar desde 1994. Era a psicóloga da escola. Viu muito dos alunos da escolar Sandy Hook tornarem-se adultos, viu o próprio assassino frequentar a escola. Não deve ter imaginado que um deles tiraria a sua vida. Era uma pessoa amável, segundo os amigos. Ela também confrontou o atirador e morreu no local.
Se não fosse por Maryrose Kristopik, professor de música, ao menos outras 20 crianças teriam morrido naquela tarde. Ela trancou as crianças em um armário e fez uma barricada na porta. Isso não foi o bastante para deter Adam, que entrou no local e perguntou onde estavam os alunos.
“Peguei as crianças e tranquei elas no armário”, Kristopik contou ao jornal “NY Daily News”. O atirador começou a gritar que queria entrar e ela se comportou como um escudo entre os alunos e a porta. Toda a classe foi salva. A mãe de uma das alunas disse para a professora que ela era uma heroína. “Minha heroína”, disse a mãe.
Outra professora da primeira série Kaitlin Roig, 29, se arriscou pela vida das crianças. Ela escondeu todos em um banheiro e os orientou para fazer silêncio absoluto. Kaitlin e as crianças sobreviveram. Emu ma entrevista para a emissora americana “ABC News“, a professor contou que protegeu a porta com uma estante de livros e disse aos alunos que eles precisavam esperar os “homens bons” chegarem ao local para salvá-los.
“Quando eles começavam a chorar, eu pedia para que eles sorrissem, e dizia que iriamos para casa, passar o Natal com a nossa família”. Entre lágrimas, a professora falou: “Partia meu coração ouvi-los dizer que queriam abraçar suas mães”.
Maryann Jacobs, a secretária da biblioteca, disso aos jornalistas que a escolar tem uma espécie de sala-segura para esse tipo de acontecimento. “Os alunos são treinados a agir com calma. Eles conhecem todos os passos”, disse.
Quando ela ouviu o barulho seco dos tiros, ela, e três outros adultos, guiaram as crianças até a sala e deram lápis-de-cor para as crianças desenharem. “Eu sabia que eram tiros, mas as crianças não”. Ela salvou 18 crianças.