O número de passageiros das companhias aéreas no Brasil vai passar dos 101,4 milhões de 2012 para cerca de 200 milhões em 2020, segundo um estudo divulgado nesta quinta-feira (21) pela Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), que agrupa às cinco maiores empresas aéreas do país.
O estudo prevê, além disso, um crescimento da frota das companhias aéreas, dos atuais 450 aviões para 976 em 2020. Além disso, o número de aeroportos com voos comerciais passará dos 96 que existem hoje em operação para 169 em sete anos.
O relatório foi elaborado pela empresa de consultoria internacional Bain & Company e pela Universidade Federal do Rio de Janeiro por encomenda da Abear.
Segundo o relatório, o número de passageiros previsto para 2020 será duas vezes o de 2012, quando o país se consolidou como o terceiro mercado de voos domésticos no mundo.
As previsões, segundo a Abear, são realistas e têm como base a “trajetória recente da democratização do transporte aéreo, a redução das tarifas, a crescente competitividade, a melhoria gradual da infraestrutura, a ampliação da produtividade e as melhorias tecnológicas”.
“O número de passageiros no transporte aéreo praticamente triplicou entre 2002 e 2012 e podemos dobrar o atual volume até 2020 com a inclusão de novos usuários, a diversificação dos destinos e a ampliação da circulação de mercadorias e pessoas”, afirmou em comunicado o presidente da Abear, Eduardo Sanovicz, ao comentar as conclusões do estudo.
Segundo Sanovicz, para alcançar esse crescimento é necessário “resolver assuntos cruciais para o setor”, como o alto custo dos combustíveis de aviação, que representa mais de 40% dos custos das companhias aéreas, e aspectos de regulamentação.
O estudo prevê que em 2020 as companhias aéreas do país vão operar em 795 rotas nacionais e oferecerão 1,9 milhões de empregos diretos e indiretos. Atualmente o setor emprega 1,2 milhões de pessoas.
Segundo o relatório, para chegar a esses números as companhias aéreas terão que investir entre R$ 26 e 36 bilhões de reais na ampliação de sua frota.
O crescimento previsto também dependerá de investimentos do governo, entre R$ 42 e 57 bilhões para a ampliação de 46 aeroportos, “muitos com capacidade saturada”, e na construção ou reativação de outros 73.
“Se esses resultados forem atingidos, o setor agregará R$ 146 bilhões ao Produto Interno Bruto (PIB) ao longo dos próximos sete anos. Com isso, vai ampliar sua participação no mesmo de 1,7% na atualidade para 2% em 2020”, segundo o documento.