O julgamento do agente Gilberto Valle, a quem os nova-iorquinos conhecem como o “policial canibal” do Queens, começou nesta segunda-feira com a primeira audiência em um tribunal federal de Manhattan na qual sua esposa foi ouvida como testemunha.

Valle, de 28 anos e que foi policial de Nova York durante seis anos, foi acusado em novembro do ano passado de planejar o sequestro de uma centena de mulheres para estuprá-las, torturá-las, assassiná-las e depois cozinhar e comer seus restos.

A promotoria convocou para prestar esclarecimentos a esposa do policial, Kathleen Mangan, que teve que interromper em várias ocasiões seu testemunho para conter o pranto.

A mulher detalhou que pelas noites Valle passava horas em frente ao computador vendo conteúdos pornográficos, que em uma ocasião encontrou fotos de mulheres nuas e ensanguentadas, e inclusive leu e-mails nos quais ela aparecia como possível vítima.

Kathleen, que tem uma filha com o acusado, relatou nesta terça-feira (26) que seu marido e um cúmplice tinham planos para amarrá-la “pelos pés e cortar-lhe a garganta” para depois “ver como sangrava”.

O agente, de 28 anos, mantinha uma lista de possíveis vítimas, com fotografias e endereços, informação que tinha obtido de forma fraudulenta e sem autorização através do National Crime Information Center (NCIC), um banco de dados da polícia.

Caso seja considerado culpado, o policial pode ser condenado à prisão perpétua por conspiração para cometer sequestro, e a outros cinco anos de prisão por acessar arquivos federais sem autorização.

Ao anunciar as acusações apresentadas contra Valle em novembro, a promotora encarregada do caso, Hadassa Waxman, o qualificou de “depravado, desagradável, inquietante e espantoso”.

No entanto, o advogado do policial, Edward Zas, assegura que seu cliente não fez nada mau e que Valle somente imaginava “coisas ruins” e que depois as publicava na internet.
A previsão é que o julgamento se estenda durante duas semanas.


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Começa julgamento do "policial canibal" de Nova York