O mais antigo banheiro público do mundo foi descoberto na Argentina e os cientistas acreditam que dinossauros usaram as enormes pilhas de fezes para afastar predadores. Com 240 milhões de anos de idade, a latrina comunal continha milhares de fezes fossilizadas, conhecidas como coprólitos, do Dinodontosaurus, um dos maiores herbívoros do período Triássico e semelhante aos rinocerontes modernos.
A descoberta acontece na província de La Rioja, no noroeste da Argentina, e antecede a até então primeira latrina comunal em 20 milhões de anos. De acordo com os cientistas, há duas razões para explicar a existência dos banheiros públicos de dinossauros – de higiene e de aviso aos potenciais predadores para ficarem longe.
Lucas Fiorelli, da Crilar-Conicet, que descobriu os montes de esterco, assinala, ao Daily Mail, que, em primeiro lugar, um banheiro público é importante para evitar parasitas: “você não faz cocô onde come”, como diz o ditado. “Mas também é um aviso aos predadores. Se você deixar uma pilha enorme, você está dizendo: Ei, nós somos um grande rebanho, cuidado!”. O achado também reforça a hipótese de que Dinodontosaurus eram criaturas sociáveis.
Estima-se que 30 mil coprólitos estão espalhados em toda a área, com uma densidade de até 94 por metro quadrado. O maior deles chega a medir 35 centímetros.
A variação de tamanhos e de formas, de pequenas pepitas longas e finas a grandes bolas, sugere que os coprólitos pertencem a vários herbívoros diferentes de idades variadas. Eles são uma rica fonte de novas informações sobre o modo de vida destes seres e são extremamente raros, já que as fezes se decompõem muito rapidamente.
Dr. Fiorelli explica que uma camada de cinzas vulcânicas preservou a antiga pilha de esterco, como aconteceu na cidade italiana de Pompeia.
Martin Hechenleitner, outro autor do estudo, diz que os coprólitos contêm pistas valiosas sobre plantas, fungos e parasitas já extintos em um ponto vital. “Foi um momento crucial na história evolutiva: os primeiros mamíferos estavam lá, vivendo ao lado do avô dos dinossauros. Talvez com estes fósseis possamos vislumbrar o elo perdido que deu origem aos dinossauros”, comemora.