Um astrofísico e um economista dos Estados Unidos iniciam nesta semana a campanha para a adoção internacional de um calendário fixo, no qual os anos são idênticos, e que incluirá um dia semanal de descanso e uma semana adicional a cada cinco ou seis anos.

Neste calendário, por exemplo, se o Natal este ano caiu em um domingo, também cairá no mesmo dia da semana em 2012, 2013 e assim sucessivamente.

“A ideia de um calendário fixo já foi apresentada à Liga das Nações”, disse nesta quarta-feira (28) à Agência Efe em conversa telefônica o astrofísico Richard Conn Henry, da Escola Krieger de Artes e Ciências da Universidade Johns Hopkins.

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A apresentação aconteceu na década de 1920 e depois, segundo Henry, houve outra tentativa para convencer as Nações Unidas sobre a conveniência de um calendário no qual os feriados e aniversários caiam, para sempre, nos mesmos dias de cada semana.

“Porém, os dois calendários propostos tinham uma falha fatal: eles quebravam o ciclo de sete dias, com o dia semanal de descanso que é primordial para as religiões”, declarou.

“Nosso sistema divide o ano em 12 meses e quatro trimestres, e não tem anos bissextos, mas acumula os dias extras para uma semana adicional a cada cinco ou seis anos”, acrescentou.

Henry disse que a tarefa de promover perante os Governos do mundo a ideia deste novo calendário caberá, majoritariamente, a seu colaborador, o economista Steve Hanke, da Escola Whiting de Engenharia.

“Nosso plano é oferecer um calendário estável que seja absolutamente idêntico de ano a ano e permita o planejamento permanente e racional das atividades anuais, desde os cursos escolares até as férias nos empregos”, detalhou Henry.

Uma das vantagens que Henry e Hanke veem em seu calendário é a conveniência de os feriados e aniversários caírem no mesmo dia da semana ano após ano. Porém, os benefícios econômicos são ainda mais profundos, segundo Hanke.

“Nosso calendário atual está cheio de anomalias que levaram ao estabelecimento de uma gama ampla de convenções que tentam simplificar os cálculos de juros”, explicou.

“O novo calendário tem um patrão trimestral previsível de 91 dias e isso elimina a necessidade de convenções para a conta artificial de dias”, continuou.

O calendário gregoriano, atualmente em uso em boa parte do mundo, entrou em vigência em 1582 quando o papa Gregório alterou o calendário adotado por Julio César no ano 46 antes de Cristo.

Para sincronizar o calendário de César com as estações, os especialistas na equipe de Gregorio tiraram 11 dias em outubro, de modo que nesse ano o dia 4 de outubro foi seguido pelo dia 15 do mesmo mês.

O ajuste era necessário para lidar com o mesmo problema que dificulta a criação de um novo calendário prático e eficaz: o fato que cada ano na realidade contém 365,2422 dias.

Este é o tempo que a Terra demora para completar uma órbita ao redor do Sol, e para compensar a fração de dia (0,2422) o calendário gregoriano acrescenta um dia a cada quatro anos, o chamado ano bissexto.

“A cacofonia atual de fusos horários, mudanças de horários no verão e inverno e as oscilações de calendário ano após ano desaparecerão. A economia, ou seja, todos nós receberíamos um dividendo de amortização permanente”, explicou Henry. 


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Cientistas propõem calendário fixo, com semana adicional a cada 5 ou 6 anos

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