Uma equipe de cientistas húngaros conseguiu projetar o primeiro enxame de drones que pode voar como um grupo coordenado. O grupo de dez drones pode voar em formação, seguir um líder e mudar padrões de voo sem intervenção humana, para atuar um pouco como as aves migratórias.
Os drones são quadricópteros – com quatro rotores – mas um sistema especialmente concebido a bordo lhes permitem agir como um enxame. Criados por cientistas da Universidade Eotvos Lorand de Budapeste, os drones navegam usando sinais de GPS e usam sinais de rádio para se comunicar entre si.
Tamás Vicsek, professor de física na universidade, explicou ao Daily Mail que o grupo de drones pode coordenar seus movimentos para formar círculos ou linhas, o que pode ser útil no dia que a tecnologia passar a ser usada para criar enxames de drones de vigilância.
A equipe se inspirou para criar os robôs depois de ver um game chamado Boids que simula objetos voadores de acordo com três regras – alinhamento, atração e repulsão. A repulsão é particularmente importante para que os robôs possam voar em formação sem colidir um com o outro.
Eles criaram a sua própria simulação em computador usando as mesmas ideias do jogo após a instalação de minúsculos rastreadores GPS em pombos para ver como eles voam. As informações serviram para nortear o comportamento de seus drones.
“Nós criamos algoritmos para eles, para que possam voar de forma autônoma – eliminando totalmente a necessidade de controle manual”, disse o professor Vicsek. “Todas as decisões, orientações, posições de voo são decididos por eles”, explicou. Os drones podem ser instruídos para formar um círculo e cada um encontrar uma posição ao longo dele e girar lentamente na mesma direção. Suas decisões autônomas evitam colisões no ar.
Os pesquisadores tiveram que superar os desafios de ruído e delay, o que torna difícil para drones “verem” a posição do outro e acelerou seus tempos de reação. Eles vão apresentar sua pesquisa na Conferência Internacional sobre Robôs e Sistemas Inteligentes, que será realizada em Chicago, Illinois, em setembro.
Enquanto algumas pessoas temem que enxames de drones pensantes poderiam ser uma ameaça, os cientistas explicam que podem ser usados para muitas aplicações pacíficas, como a entrega de alimentos e encomendas.
Comentando o estudo, Iain Couzin, especialista em comportamento coletivo de animais na Universidade de Princeton, em Nova Jersey, declarou: “Este é um trabalho notável. É a primeira demonstração exterior de como regras biologicamente inspiradas podem ser usadas para criar rebanhos com dinâmicas resilientes”. A pesquisa sugere que “seremos capazes de chegar a grandes rebanhos de robôs coordenados muito mais cedo do que muitos poderiam ter previsto”, acrescentou Couzin.
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