Cientistas americanos trabalham no projeto de um avião que, com uma forma parecida a uma estrela ninja, pode girar 90 graus no ar para voar de lado e alcançar assim velocidades supersônicas capazes de fazer o trajeto Nova York-Tóquio em quatro horas.

 

 

“É um avião bidirecional, que respeita o meio ambiente com consumo eficiente, é economicamente viável e capaz de transportar passageiros a velocidades supersônicas”, resumiu à Agência Efe o professor de engenharia aeroespacial Ge-Chen Zha, da Universidade de Miami, responsável pelo projeto futurista.

A fuselagem dos aviões convencionais é composta de um compartimento em forma de tubo, para passageiros e mercadorias, e de duas longas asas inseridas aos lados, de forma simétrica sobre o eixo longitudinal, que ajudam o aparelho a se elevar. “Na hora de alcançar velocidades supersônicas (superiores aos 1.225 km/h do som), este modelo não é muito eficiente em termos energéticos, e ainda provoca uma grande explosão ao romper a barreira do som”, explicou Zha.

Segundo o cientista, o segredo de seu revolucionário design – que conta com duas cabines de pilotagem e parece saído da saga “Guerra nas Estrelas “- é que ele é simétrico tanto pelo eixo longitudinal como pelo transversal e pode girar sobre si mesmo durante o voo para tirar proveito aerodinâmico de ambas as posições.

Ao decolar, o avião é mais largo que comprido e se eleva com facilidade. Uma vez no ar, se põe “de lado”, os motores giram e os aerofólios se estiram, de modo que o que eram as asas passam a ser o corpo do avião e sua largura e oposição ao vento diminuem consideravelmente.

Este design futurista de avião bidirecional foi merecedor de um empréstimo de US$ 100 mil da Nasa (agência espacial americana), que tem um programa para ajudar a financiar projetos que possam representar grandes avanços em inovação e uma potencial transformação das missões espaciais.

Em sua opinião, esses fundos “mostram que a Nasa premia o pensamento audaz”, ao mesmo tempo em que representa “um reconhecimento por parte das autoridades tecnológicas”.
“A viabilidade do projeto não é só questão de tempo, mas de dinheiro: precisamos de dinheiro porque é preciso superar muitas dificuldades tecnológicas”, afirmou.

Em qualquer caso, expressou sua esperança de que dentro de cinco ou dez anos já se poderá ver voos não tripulados em um avião bidirecional supersônico


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Cientistas desenvolvem avião que gira no ar para romper barreira do som