Pesquisadores brasileiros e espanhóis lideram um projeto europeu de infraestruturas na “nuvem” (cloud computing) que permitirá a criação do simulador mais avançado e completo sobre o sistema vascular e o maior laboratório virtual sobre a leishmaniose.
O trabalho, segundo pesquisadores, faz parte do projeto “EUBrazilCloudConnect”, que tem como objetivo combinar a ciência da biodiversidade e o movimento de acesso livre, promovendo o conceito de abertura para pesquisa científica.
O pesquisador da Universidade Politécnica de Valência (UPV) e coordenador do projeto, Ignacio Blanquer, explicou à Agência Efe que, graças a estes trabalhos, “poderão ser demonstrados os benefícios de usar recursos na nuvem para diferentes casos científicos”.
Para atingir seu objetivo, este projeto iniciará uma infraestrutura de pesquisa conjunta com mais de 500 terabytes (TB) e 5.000 processadores para “resolver problemas em comum” que afetam tanto o continente europeu como o Brasil.
O subprojeto do laboratório virtual sobre a leishmaniose, “uma doença endêmica” na Espanha e que afeta sobretudo cães, visa criar modelos epidemiológicos mais precisos a partir das características dos insetos que transmitem esta doença e suas condições de vida, assim como informações genômicas.
“Sabendo as condições meteorológicas do futuro, podemos estimar o risco de propagação da patologia antes que ocorra a doença”, disse Blanquer, ressaltando que esta patologia afeta países em desenvolvimento e que “é preciso ter um bom conhecimento da propagação” para prevení-la.
Os trabalhos são coordenados pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e o Instituto de Instrumentação para Imagem Molecular – centro misto da Universidade Politécnica de Valência, do Centro Superior de Pesquisas Científicas (CSIC) e do Centro de Pesquisas Energéticas, Ambientais e Tecnológicas da Espanha (Ciemat).