Os tribunais chineses condenaram 113 pessoas, entre elas 77 funcionários públicos a diversas penas por seu envolvimento na adulteração de carne de porco com o produto químico clenbuterol, que pode causar câncer.


A agência oficial de notícias “Xinhua” divulgou neste sábado as sentenças, emitidas na tarde de sexta-feira e que variam entre vários anos de prisão até a pena de morte condicional.

O
 principal culpado, Liu Xiang, foi condenado à morte com um período de teste de dois anos no qual poderá apelar a uma pena inferior se demonstrar bom comportamento, segundo a sentença do tribunal superior da província de Henan, no centro da China e uma das afetadas pela adulteração de carne de porco no último mês de março.


A fábrica ilegal de Liu produzia o clenbuterol, um produto químico cancerígeno que era adicionado à ração dos porcos para produzir uma carne mais magra.

Sua fábrica foi fechada no dia 25 de março na cidade de Xiangyang, em Henan, e as autoridades acusaram Liu e seu colaborador, Xi Zhongjie, condenado à prisão perpétua.

Liu e Xi investiram US$ 7,8 mil cada um em 2007 para produzir clenbuterol e vendê-lo aos criadores de porcos para obter mais lucros.

Em março, os dois sentenciados haviam vendido mais de 2,7 mil quilos do produto químico em oito províncias, entre elas Henan, Shandong e Jiangsu, e conseguiram mais de US$ 1 milhão.

Segundo o comunicado do tribunal, todas as pessoas envolvidas no escândalo, entre elas funcionários de inspeção sanitária e segurança alimentar, receberam punições “severas” por negligência e abuso de poder, com penas entre três e nove anos de prisão.

Os castigos para os 36 criadores de gado envolvidos foram mais leves, com penas que vão desde liberdade condicional a um ano de prisão.

O escândalo de adulteração afetou também o Shuanghui Group, maior processador de carne da China, que sofreu um boicote em nível nacional e uma inspeção das autoridades de segurança alimentar, segundo denunciou em março a televisão estatal chinesa.

O clenbuterol é um químico broncodilatador cujo uso está proibido para alimentar o gado e que pode causar náuseas, enjôos, dores de cabeça e palpitações cardíacas em humanos.


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China condena 113 pessoas por adulteração de porcos com cancerígeno