Charlie Brown Jr.
Quem?!?! Banda de Rock
RETORNO
Emílio: Vamos falar aqui da banda que voltou com sua formação original. Vocês ficaram muito tempo separados, teve treta, aquela coisa toda.
Chorão: Treta feia!
Emílio: Então por que vocês resolveram voltar?
Chorão: Essa pergunta foi a melhor que já fizeram, porque, geralmente, perguntam sobre o passado, sobre o porquê da briga e da separação.
Bola: Mas tem muito gente no Twitter querendo saber disso.
Chorão: Não, tudo bem, mas é que não é segredo para ninguém. Mas porque a gente voltou… Fala aí “Champ”.
Champignon: Cara, ter ficado seis anos longe dessa banda foi uma coisa torturante, sacou? Porque essa daqui é a minha família, a gente tem 20 anos de amizade. Eu tenho lembrannças de quando tinha 12, 13 anos de idade do lado desses caras. E, como em toda família, uma hora o negócio pegou feio lá. Eu mesmo cheguei a me precipitar e falar algumas coisas… Mas, pô, graças a Deus, eu fui até a casa do chorão, ele me recebeu super bem e a gente teve uma boa conversa, talvez a mais longa da minha vida.
Bola: Mas quem procurou quem?
Champignon: Fui eu, eu que fui atrás. Na verdade, desde o começo do ano eu já tava com a ideia de voltar, ia na casa do Marcão direto, falava “Pô, Marcão, ia ser legal se a gente voltasse”. Ele concordava, daí a gente gravava algumas bases…
Emílio: Por que você passou por várias bandas, não é? Até que você esteve aqui.
Champignon: É, eu tive com os Revolucionários primeiro, que eu vim aqui fazer o pânico. Depois eu vim aqui com o Junior, que era o 9000 Anjos, projeto que durou mais ou menos um ano, um ano e meio. Depois eu voltie para Santos, fiquei uns dois anos por lá, até que chegou uma hora que eu pensei que queria fazer alguma coisa relevante. Porque eu tinha um projeto que eu era DJ, tocava baixo, fazia uns beat-box, mas não era exatamente o que eu queria fazer. Daí eu falei: “Quer saber, vou lá no Chorão, bater na casa dele, conversar com ele para ver se a nossa história ainda tem solução.” Daí eu fui lá, ele me recebeu super bem, a gente teve uma conversa muito boa, esclarecedora. Pude saber que muitas coisas aconteceram e eu pensei errado, e infelizmente a gente se separou, uma coisa que eu nunca queria que acontecesse. No final das contas, ele falou que tinha jeito e me aceitou de volta na banda.
APRENDIZADO
Emílio: Mas o que você aprendeu com isso, Chorão? Porque você não parece ser um cara muito fácil.
Bola: O Chorão já quis descer a mão na gente.
Chorão: Mas foi em outro momento, às vezes você vem aqui com algum problema de saúde na família, ou alguém que morreu, daí é zuado, não dá.
Emílio: Então, os caras saíram e você resolveu continuar com o projeto, porque é o projeto da sua vida.
Chorão: É a mesma coisa que você no Pânico. Você já teve perdas aqui, mas você ta nessa parada para sempre. Já teve a época que não dava tanta grana e tal…
Emílio: Mas eu to falando de você. O que você aprendeu com tudo isso?
Chorão: Aprendi a ter paciência, respeito e ter fé acima de tudo. Porque é muito louco como a vida dá várias voltas. Então o que eu aprendi é que é preciso ter fé em Deus e trabalhar, independete das crises, das bombas que jogam. Às vezes eu tive que lidar com as críticas com as rejeições, porque estes caras aqui são adorados.
LIDERANÇA
Chorão: Sempre tem um cara na banda que tem mais “responsa” para fazer as coisas, que dita um caminho e tal. E isso é o que eu faço, sem falsa modéstia. Mas, ao mesmo tempo que isso aconteceu de maneira espontânea, na época, quando estávamos começando, eu queria viver disso aqui e todo mundo aceitou essa história de fazer as pardas para banda, porque eu vivia pra banda. Tinha afinidade com música, mas eu não sou aquele cara estudado de violão e tal. Então, no começo da banda, eles viram que realmente era mais fácil eles tocarem e me deixar na correria. Então eu era o cara que interagia mais fora da banda…
Emílio: No business mesmo.
Chorão: Exatamente. Eu vinha muito para São Paulo. Daí a gente arrumou um emprego aqui onde eu que fiquei mais, porque era em um estúdio onde a gente tinha a oportunidade de gravar. Então, desde logo cedo, se subentendeu que eu seria o cara para liderar a banda.