A descoberta de um centro industrial da época pré-clássica, onde os antigos maias produziam sal não marinho na Faixa Transversal do Norte da Guatemala, foi revelado nesta sexta-feira (27) nesse país pelo arqueólogo americano Brent Woodfill.
O local, denominado “Salinas de los Nueve Cerros”, foi uma das cidades mais antigas do mundo maia com uma extensão de 30 quilômetros quadrados, assegurou Woodfill.
O arqueólogo explicou em entrevista coletiva que, segundo as evidências encontradas, os maias daquela época tinham a capacidade de produzir até 24 mil toneladas de sal por ano.
A produção era feita através de um procedimento artesanal, ou seja, fervendo a água de um rio que flui de um domo de sal que fica no centro do local.
O arqueólogo, que é o diretor do projeto, disse que o produto era levado para ser comercializado nas terras baixas dos departamentos de Petén e Alta Verapaz (norte), e Chiapas (México), através dos rios Chixoy e Usumacinta.
“Salinas de los Nueve Cerros” data do período pré-clássico médio cedo (1.000 a 800 anos a.C.) e durante o clássico (600 a 900 d.C.) expandiu sua economia não só baseada no sal, mas na agricultura e na exportação de navalhas de obsidiana, comentou Woodfill.
Segundo o especialista da Universidade da Louisiana, o lugar foi mencionado pela primeira vez por um geógrafo alemão, Karl Sapper, que o visitou no final do século XIX e, após uma breve pesquisa, retornou a seu país com parte de uma escultura que atualmente é exibida no Museu de Dahlem, de Berlim.
A descoberta mais impressionante do local, destacou, foi uma plataforma artificial de 200 metros de largura por até cem de comprimento e 13 de profundidade, onde se produzia o sal.
Também há duas quadras canchas de jogo de bola maia, três pirâmides de oito metros de altura e alguns palácios pequenos, detalhou Woodfill.