Os produtos eróticos preferidos dos testadores
Créditos: Gabriel Quintão
Pense em um trampo dos sonhos. Degustador de sorvete caro? Provavelmente… Adestrador de unicórnio em ilha paradisíaca? Talvez… E que tal testador de produtos eróticos? Sim, sim, fucking sim! Esse casal de duas pessoas aqui em cima são Tuyanne Potasso de Souza, 22 anos, e Gabriel de Oliveira Vaz Luiz, 24. Conhecidos na web como Tuy e Biel, eles ganham grana testando cosméticos e brinquedos eróticos (na galeria de fotos aqui em cima, eles mostram seus preferidos).
Tuy e Biel, que são fotógrafos profissionais, estão juntos há três anos e são donos de dois sites: o Sensualise Moi (também um canal no YouTube), em que dão dicas e divulgam notícias sobre sexo, e o Testadores de Produtos Eróticos, em que escrevem resenhas sobre (adivinha o quê?) produtos eróticos.
O Testadores foi ao ar em 2014, depois de uma conversa que Tuy teve com Paula Aguiar, presidente da Associação Brasileira de Empresas do Mercado Erótico e Sensual (Abeme). “Eu já fazia o Sensualise Moi, e a Paula sugeriu que começássemos a avaliar produtos, já que era algo de que o mercado precisava”, nos disse Tuy.
A dupla recepcionou este escriba na casa de Tuy, em Ribeirão Pires (SP), e me mostrou sua bela coleção de géis, pomadas, vibradores e masturbadores. Eles recebem cosméticos de fabricantes brasileiros e alguns brinquedos de sex shops parceiros, para serem testados. Para avaliar cada produto, Tuy e Biel experimentam cada item pelo menos duas vezes, sozinhos e juntos.
“Temos de escrever a avaliação no máximo três dias depois de testar o produto, senão esquecemos a sensação. Não marcamos hora e data para fazer sexo, porque isso seria muito chato, mas tentamos avaliar pelo menos dois produtos por semana”, diz Tuy. “A gente faz os testes participarem da nossa rotina sexual, para evitar que nossa rotina vire o teste. Sempre nos divertimos fazendo isso”, acrescenta Biel.
E esse é o melhor trabalho de todos os tempos, de todas as eras, de todos os rolês? Quem responde é Biel. “A parte do ‘fazer sexo’ é, sim, com certeza. Eu ganho para me divertir com a mulher que eu amo. Porém, tem toda a parte de ligar para fabricantes, de produzir o site, de fazer e editar os vídeos e as fotos… Há a parte burocrática chata. Além disso, nós optamos por enfrentar uma barra financeira em vez de arranjar empregos formais ou manter um estúdio de fotografia”.
Tuy, por sua vez, perdeu amizades. “No início, muita gente me deu as costas, e eu fui bastante criticada por falar sobre sexo. Depois de um tempo, algumas dessas pessoas viram nosso trabalho e se tornaram fãs. Além disso, minha família é bem tradicional, e eles não levam muito a sério o que eu faço”.
Pudismos e moralismos à parte, o casal acredita que produtos eróticos são uma ótima ferramenta para levar prazer à cama e renovar o estoque de criatividade sexual. “Depois de um tempo de relacionamento, as coisas começam a ficar automáticas. Você sabe quando a pessoa vai mudar de posição, o que ela gosta e quando ela vai chegar ao fim. Os produtos eróticos são um elemento surpresa. Mesmo nós, que trabalhamos com isso, somos capazes de descobrir sensações novas”, diz Tuy.
Sim, sex shops não são coisa do capeta, galera. Há descobertas esperando atrás daquelas luzes de neon feias e coloridas. E, como diria o Pelé, “seu eu fosse você, eu iria”. Diz a lenda que este repórter que vos escreve foi e nunca mais foi o mesmo.