Casa chinesa é demolida
No meio da estrada, havia uma casa. Mas na última sexta-feira, dia 30, às 20h (horário de Brasília), um casal de velhinhos assistia os tijolos e pilares de sua moradia ir ao chão.
Eles não estavam sós. Um grupo de curiosos, fotógrafos e autoridades locais acompanhavam a derrubada do pequeno prédio de cinco andares, que até aquele momento, impedia o avanço do progresso.
Os idosos e a casa ficaram famosos ao redor do mundo, por se recusarem a dar passagem às obras do governo chinês. Aos 67 anos, o fazendeiro Luo Baogen e sua mulher não queriam assinar o acordo para a derrubada do seu lar, pois achavam que o dinheiro oferecido pela casa não era justo.
Mas para tudo há um preço, e uma solução. Luo deu o primeiro passo, e assinou voluntariamente o acordo. Vendeu a construção por 260,000 yuan (cerca de R$ 88,00).
O que motivou o homem a desistir da resistência? Chen Xuecai, o chefe da vila de Xiayangzhang, na cidade de Wenling city, disse ao jornal “The Guardian” que Luo Baogen recebia dezenas de jornalistas todos os dias e sua casa ficava no meio de uma estrada, então ele achou melhor demoli-la.
Luo se encontrou com os representantes do governo, e após uma negociação ele sinalizou. “Está bem, eu vou me mudar”, disse Luo para o canal “China News”.
Ontem, a casa estava completamente no chão.
Casas como a de Luo Baogen se tornaram comuns nos últimos anos na China por causa da rápida urbanização. Eles as chamam de “casas pregos”, uma referência a dificuldade de removê-las do local. Geralmente, o governo chinês oferece apenas um terço do valor de mercado das construções, por isso a resistência de sair do lugar.