O fundador de uma associação em defesa dos direitos humanos dos judeus anunciou nesta terça-feira que a instituição adquiriu o documento real com os primeiros comentários anti-semitas realizados por Adolf Hitler, informou a imprensa local.
O rabino Marvin Hier, do Centro Simon Wiesenthal, de Los Angeles, explicou que a entidade pagou US$ 150 mil a um comerciante no mês passado para obter o documento, que data de 1919 e é conhecida como “a carta Gemlich”.
“São seus primeiros comentários escritos sobre os judeus (…)Demonstra que este tema era o núcleo da paixão política de Hitler “, disse o historiador Saul Friedlander, vencedor do Prêmio Pulitzer em 2009 por seu estudo sobre o Holocausto publicado no jornal The New York Times.
Hier afirmou que a carta de quatro páginas foi escrita por Hitler quando era apenas um soldado. Naquele momento, o alemão se destacava por sua oratória e suas mensagens anti-semitas, algo que não passou despercebido para um de seus superiores, que o encorajou a escrever suas ideias.
O rabino declarou que o centro não tem nenhuma dúvida sobre a autoria do documento, encontrado originalmente por um soldado americano nos meses finais da Segunda Guerra Mundial. Hier lembrou que a carta foi certificada como autêntica em 1988 pelo especialista em caligrafia Charles Hamilton.
Em um trecho da carta, Hitler escreveu que um Governo poderoso poderia reduzir “a ameaça judia” se lhe fossem negados seus direitos, mas “seu objetivo final, no entanto, deve ser a eliminação sem dificuldades de todos os judeus juntos”.
O centro planeja mostrar o documento ao público pela primeira vez a partir de julho no Museu da Tolerância, de Los Angeles, como peça principal de uma exibição sobre o Holocausto.