Cao Hamburger


Créditos: Adriano Alves

Diretor cinematográfico, divulgando o filme “Xingu”

XINGU

Emilio: Você fez aquele filme “O Ano que Meus Pais Saíram de Férias”. Muito bom esse filme.
Cao: Muito bacana.
Senna: É daquele bem emocionante.
Emilio: Agora você ta lançando Xingu, que conta a história de?
Cao: Dos irmãos Villas-Boas. Uma história absurda, incrível! É uma aventura dramática de três irmãos que se meteram no meio do Brasil desconhecido há muito tempo e se encantaram com os índios e criaram a primeira reserva de grandes proporções do Brasil.
Bola: Eles foram atrás de índios mesmo?
Cao: Eles tavam procurando o que fazer na vida e se inscreveram numa expedição para explorar o lugar e criar novas cidades. Eles acabaram gostando da cultura indígena e começaram a defender os índios.

DIFICULDADES

Emilio: Qual a dificuldade em fazer um filme desse?
Cao: É um filme de época e a maior dificuldade foram as condições filmagem.
Bola: Não teve cenários? Foi tudo lá mesmo?
Cao: Sim. Construímos alguns no Tocantins e filmamos as aldeias dentro do parque. Então os problemas foram a logística e o clima mesmo.
Bola: Chove pouco, né?
Cao: A gente aproveitou a seca, mas nessa época teve muita queima por conta do agronegócio. Diversas vezes fomos ao cenário e o local estava queimado, tendo que trocar em cima da hora.

ÍNDIOS

Emilio: E esses índios de hoje? Você filmou com os que estavam no local?
Cao: Filmei…
Emilio: Mas como você fez? Os índios hoje já andam de calção…
Bola: Bermudinha…
Cao: Quando eles vão jogar futebol, os índios colocam calção. Quando acaba eles tiram. Nas filmagens eles se vestem. Apesar de vestirem, eles preservam a cultura deles. Eles utilizam um pouco da nossa. Veem televisão, usam internet. Eu me comunico com eles pelo Facebook.
Emilio: Um cara com internet. A gente é meio primitivo em relação à eles. Não conseguimos imaginar um índio com Twitter.
Cao: Essa idéia é um estereótipo que aprendemos a acreditar. Primeiro que mesmo o índio não tendo contato com a nossa cultura, a deles não é primitiva, é muito sofisticada. É difícil pra gente entender, de tão sofisticada.


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Cao Hamburger