Especialistas recomendam uso de protetor auricular para músicos e frequentadores de blocos, trios elétricos, clubes e quadras de samba
O carnaval está chegando e muita gente já organiza a agenda para cair na folia. Mas toda essa animação requer cuidados. O batuque das baterias, o volume das caixas de som e os ensaios em quadras fechadas podem trazer problemas a audição, provocando sensações de surdez e zumbido no dia seguinte à folia.
“Está comprovado que sons acima de 85 decibéis são prejudiciais à saúde auditiva, se o tempo de exposição ao barulho for prolongado. No Carnaval, medições realizadas chegam a apontar impressionantes 110 decibéis, intensidade próxima a de uma turbina de avião. Por isso, no dia seguinte à folia, as pessoas podem ter a sensação de pressão nos ouvidos, zumbido e dificuldades para ouvir”, lembra a fonoaudióloga Isabela Gomes, do Centro Auditivo Telex.
Para quem pretende se esbaldar nos blocos, bailes e trios elétricos, Isabela Gomes recomenda uma distância mínima de 10 metros do equipamento de som, além do uso de protetores auriculares, que diminuem o impacto do barulho nos ouvidos. Os ritmistas também devem usar a proteção. “O protetor nos ouvidos atua como um bloqueio. Ele pode ser utilizado dentro das quadras ou bailes, permitindo que se escute a música em um volume aceitável”, explica.
A exposição prolongada ao som alto, por anos seguidos, pode levar a diversos graus de surdez, de acordo com a sensibilidade de cada pessoa. No Brasil, a Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia estima que 15 milhões de pessoas sofrem algum tipo de perda auditiva e que cerca de 350 mil não ouvem qualquer tipo de som.