Um grupo de americanos e brasileiros começaram nesta semana as primeiras ações para criar no Brasil o primeiro santuário de elefantes da América Latina e, assim, dar refúgio e uma nova liberdade a dezenas destes animais selvagens criados em cativeiro.

Scott e Katherine Blais, cofundadores do maior santuário de elefantes dos Estados Unidos, viajaram nesta semana ao Brasil para decidir onde ficará o santuário de elefantes do país, um projeto sem fins lucrativos que permitirá acolher cerca de 40 animais.

Em entrevista à Agência Efe, Scott Blais assegurou que “a América Latina tem uma das legislações em proteção de elefantes mais avançadas do mundo”, já que cinco países proíbem que estes animais sejam utilizados para espetáculos. Essa lista deverá incluir, em breve, o Brasil, que tem uma nova legislação pendente de votação.

Os Estados Unidos, no entanto, seguem permitindo que os elefantes sejam utilizados em circos e outros espetáculos, apesar de organizações de proteção dos animais criticarem a crueldade à qual se submete estes animais de grande inteligência.

Apesar de as novas leis a favor de elefantes na América Latina, os animais carecem de lugares apropriados para viver. Por conta disso, continuam reclusos em pequenos espaços, com má alimentação ou encadeados, algo que mudará com os quase 600 hectares que poderão desfrutar uma vez que o projeto do santuário de elefantes do Brasil se materialize.

Com a colaboração do Elephant Voices no Brasil, os responsáveis do projeto esperam conseguir, em breve, os recursos privados necessários para habilitar uma grande extensão de terreno no coração do país e dar um habitat de semiliberdade aos elefantes.

Scott Blais assegurou que já conseguiram um compromisso para dispor de um grande terreno no Brasil e que conquistaram avanços com grandes empresas locais para que forneçam o material do grande cercado que será necessário para mantê-los seguros.

“O Brasil é o lugar ideal. Graças ao clima os elefantes poderão se movimentar em liberdade durante todo o ano e não teremos que levantar edifícios para protegê-los do frio no inverno”, explicou Blais.

“É incrível os avanços registrados no comportamento destes animais uma vez que desfrutam do espaço necessário. A melhora física e psicológica é impressionante”, disse Katherine.

Os especialistas estimam que em 12 anos não restem mais elefantes em liberdade devido à diminuição de seu habitat tradicional na África e na Ásia e as constantes capturas por marfim ou uso humano. Lugares como esse, alertam os estudiosos, serão os últimos redutos para refugiar estes grandes animais.


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Brasil terá primeiro santuário de elefantes da América Latina