O Brasil contribuirá com US$ 40 milhões para garantir sua participação no Telescópio Gigante Magalhães (GMT, na sigla em inglês), um dos maiores telescópios do mundo e que será construído no Chile por um consórcio internacional, informaram nesta quinta-feira fontes oficiais.

A participação, correspondente a cerca de 4% do valor do projeto, garante aos pesquisadores brasileiros 4% do tempo de operação do GMT, assim como uma cadeira no conselho do consórcio que operará o aparelho, informou a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) por meio de sua agência de notícias.

Os astrônomos brasileiros terão acesso a um telescópio que aumentará em cerca de 30 vezes o volume de informações disponíveis atualmente para os telescópios em operação, segundo a Fapesp.

O GMT será instalado no Observatório Las Campanas, na região do Atacama, na Cordilheira dos Andes, próximo à cidade chilena de Vallenar – região privilegiada para observações astronômicas por conta da altitude de mais de 2.500m, da escuridão do céu do hemisfério Sul e do clima seco, e entrará em operação plenamente em 2021.

O telescópio, de 25,4 metros de diâmetro, terá área coletora de fótons cem vezes maior que a do telescópio espacial Hubble, e a nitidez das imagens, no infravermelho, será dez vezes superior.

Com ele, será possível investigar a formação de estrelas e galáxias após o Big Bang, medir a massa de buracos negros; descobrir planetas em torno de outras estrelas semelhantes à Terra e estudar a natureza da matéria e da energia escura.

A participação brasileira no projeto poderá ser maior caso prosperem as negociações da Fapesp com o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, afirmou o coordenador dos Centros de Pesquisa da Fapesp, Hernan Chaimovich.

“Há um grande interesse das duas partes para que pesquisadores de todos os estados do Brasil (não apenas os de São Paulo) possam aproveitar o telescópio e se beneficiem das possibilidades abertas”, acrescentou.

A participação também dá direito a empresas brasileiras de participar das licitações para os contratos de desenvolvimento e construção do telescópio.

“O Brasil tem grandes empresas capazes de atuar em diversos setores do processo, da produção de peças mecânicas até a construção civil”, explicou o representante da Fapesp.

O astrofísico João Evangelista Steiner, pesquisador do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da Universidade de São Paulo (USP), assegura que a participação no projeto garante aos astrônomos brasileiros “que a comunidade astronômica brasileira estará na vanguarda por muitas décadas, com grandes oportunidades de descobertas científicas, atraindo novos talentos e também levando inovação para a nossa indústria por meio de parcerias internacionais”.

Entre outros participantes do GMT estão as universidades de Arizona, Harvard, Chicago e Texas (EUA), a Astronomy Australia Limited, a Universidade Nacional da Ausrália, o Carnegie Institution for Science, o Korea Astronomy and Space Science Institute e o Smithsonian Institution.


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Brasil contribuirá em construção de um dos maiores telescópios do mundo

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