Invenção do holandês Boyan Slat de 23 anos, começou a funcionar no sábado o System 001, uma barreira flutuante de quase 600 metros de comprimento.
Seu destino é a Grande Mancha de Lixo do Pacífico, entre a Califórnia e o Havaí. Se tudo correr conforme planejado, diz Slat, um conjunto de 60 sistemas poderia reduzir a quantidade de plástico até a metade até 2025.
“Espero que este seja um ponto de mudança para o problema da poluição plástica”, disse. “Por sessenta anos, isso só piorou e piorou. Agora esperamos virar a maré”, ressaltou.
A erradicação do lixo, e mais amplamente de nossos oceanos, tem sido a meta de Slat desde os 16 anos de idade, quando uma viagem de mergulho à Grécia rendeu mais visões de sacos de plástico do que peixes.
Atingido pela ideia de uma barreira flutuante que poderia coletar plástico usando apenas o poder das correntes oceânicas, ele fundou sua empresa, The Ocean Cleanup, com apenas 18 anos.
O que originalmente era visto como uma grande barreira rígida disposta em torno de um tanque central para coletar plástico, é hoje um sistema modular não tripulado que se move com as correntes, gravitando naturalmente para áreas de maior concentração.
De cima parece um oleoduto na superfície do mar, mas abaixo das ondas há uma “saia” de 10 pés de profundidade, que retém o plástico acumulado pela corrente.
Como o sistema é sólido e não uma rede, Slat diz que a vida marinha será protegida de se tornar enredada. A esperança é que o plástico se acumule como se estivesse à beira-mar, pronto para ser recolhido por barcos e levado para reciclagem.
É um plano ambicioso e que recebeu milhões de dólares de financiamento graças à rápida mudança da opinião pública sobre o plástico. Em dezembro de 2017, 193 países assinaram uma resolução da ONU para eliminar a poluição do plástico dos oceanos e grandes corporações estão removendo plásticos de uso único.
A ONU diz que mais de 8 milhões de toneladas de plástico ainda entram nos oceanos a cada ano, o equivalente a um caminhão de lixo cheio de plástico a cada minuto.
Mas reduzir nosso vício em plástico é apenas metade da equação, diz Slat. “Essas manchas de lixo não desaparecem sozinhas. Mesmo se fôssemos fechar a torneira hoje, o plástico ainda estaria lá em 100 anos”, alerta.