O misterioso e famoso artista britânico Banksy concedeu uma entrevista ao jornal nova-iorquino “Village Voice” em que assegura que “o sucesso comercial é um fracasso para um grafiteiro” e que planeja retirar seus trabalhos das galerias de arte e dos leilões e voltar a trabalhar diretamente nas ruas.

“Comecei pintando na rua porque era o único espaço em que podia expor. Agora tenho que continuar pintando nela para mostrar a mim mesmo que não era uma estratégia cínica”, afirmou em uma extensa entrevista por e-mail ao jornal, publicada nesta quarta-feira.

Banksy, que com suas mensagens contra o sistema lucrou altas cifras no mercado de arte, está em Nova York atualmente surpreendendo os pedestres com um grafite por dia em diferentes bairros da cidade, cuja autoria ele certifica publicando fotos na sua conta no Instagram.

“Obviamente as pessoas precisam de pagamento pelo seu trabalho. Do contrário, só viveríamos o vandalismo, mas é complicado”, assegura Banksy, “Parece que assim que você pinta uma imagem, isso se transforma em lucro, e essa peça se converte em publicidade”, analisa.

Durante sua temporada em Nova York, no entanto, sua arte não foi tão valorizada. Uma das suas obras foi desfigurada, já que, anonimamente, alguém pintou por cima de uma de suas gravuras um balão em forma de coração cheio de tirinhas e um cachorro urinando.

Com seu lema “Better out Than in” (“Melhor fora que dentro”), Banksy, que dirigiu o documentário “Exit Through the Gift Shop”, é autor de imagens extremamente populares em todo o mundo como a de dois policiais britânicos se beijando e a de um manifestante lançando um ramo de flores no lugar de um coquetel molotov.

Este último grafite foi leiloado em junho deste ano em Londres por 163 mil libras esterlinas, o equivalente a cerca de R$ 574 mil.


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Banksy afirma que quer parar de vender seus grafites