Os tempos estão mudando (como diria o tio Bob Dylan), mas ainda não é fácil ser ciclista. Além de não prestar, quem anda de bicicleta em cidades brasileiras ainda tem de brigar para estacioná-las. No fim de novembro, o cicloativista Evandro Mucha publicou um post em sua página no Facebook, o e-Biker, para expressar indignação com a rede de academias Smart Fit, pelo fato de ela não permitir bikes em seus estacionamentos. O protesto, desde então, foi compartilhado 350 vezes.
“Hoje, passei em frente à Smart Fit da Vila Leopoldina [em São Paulo] e vi duas bicicletas presas do lado de fora do portão. Indignado, questionei se a minha bicicleta ficaria do lado de fora, caso eu fosse aluno da academia. A resposta positiva foi inaceitável para um lugar que tem espaço e promove (ou ganha dinheiro) com qualidade de vida e saúde. Para moto ou carro, o estacionamento é gratuito na área interna dos portões”, dizia o texto de Evandro, que vinha acompanhado de quatro imagens mostrando as placas e as bicicletas presas à grade do lado de fora.
O Virgula conversou com Evandro, que disse ter entrado em contato com a administração da unidade por e-mail e por meio da página da rede no Facebook. A empresa respondeu, pela rede social, que verificaria a possibilidade de “instalação futura de um bicicletário ou de convênio com estacionamento”. A restrição acontece em todas as unidades da empresa.
“Eu desisti de me matricular e de ser cliente deles. Se eu fosse com a minha moto para a academia, poderia estacionar gratuitamente, mas de bicicleta não poderia. Eles estão na contramão de todo o mundo. Você vê empresas instalando paraciclos, dando desconto para quem tem bicicleta. O governo tem incentivado o uso e colocado ciclovias para todo o lado. Quando me deparei com uma situação dessas, fiquei indignado”, nos disse Evandro.
Vale lembrar que, em São Paulo, há uma lei municipal, de 10 de junho de 2005, que estabelece a obrigatoriedade de criação de estacionamentos para bicicletas em locais de grande afluxo de público, tais como instalações deportivas. O cumprimento da lei, porém, não é propriamente fiscalizado.
Questionada pela reportagem, a Smart Fit, por meio de sua assessoria de imprensa, respondeu o seguinte: “Hoje, a rede Smart Fit não oferece bicicletários em suas unidades por questões de segurança e estrutura. A rede realiza uma série de estudos para disponibilizar novos serviços aos seus alunos, sem acarretar impacto no valor da mensalidade”.
Bicicletas curiosas
Créditos: Reprodução/ Carboard Bike