Amparados pelo plano do governo de legalizar a maconha no Uruguai, alguns produtores e consumidores da droga decidiram criar um concurso para descobrir quem cultiva a melhor cannabis do país através de uma degustação singular.
Laura Blanco, organizadora da chamada Cannabis Cup no Uruguai, afirmou na última quarta-feira à Agência Efe que a intenção dos responsáveis da competição é de realizá-la anualmente, algo que pode ser concretizado perfeitamente após o sucesso desta primeira edição. Além disso, os organizadores acreditam que o concurso, realizado no final de julho em um prédio particular do bairro de Prado, em Montevidéu, possa ser feito de uma forma mais pública no futuro, um fato que depende da aprovação do novo plano governamental.
Nesta primeira edição, a Cannabis Cup do Uruguai praticamente não teve divulgação e não se soube nada sobre o evento antes de sua realização. As notícias dessa inusitada competição só vieram à tona graças aos artigos de um cronista argentino, que, por sua vez, participou da degustação e é “um ativista” há muito tempo.
O evento, que ocorreu das 10h até as 19h (horário local) de um domingo (29 de julho), reuniu cerca de 300 pessoas, todas mediante o pagamento de uma taxa de US$ 25 para cobrir os custos das comidas e bebidas, nenhuma alcoólica. Já a competição contou com 60 cultivadores locais e estrangeiros.
Os jurados avaliam “não só a substância, mas a apresentação, o sabor, a cor, o cheiro e, por último, seu teor psicoativo”, detalhou a organizadora. “Foi um dia fantástico. As pessoas sabem se portar, são muito pacíficas e costumam se divertir muito. Durante todo o evento, nenhum inconveniente foi registrado”, narrou a ativista, presidente da Associação de Estudos da Cannabis do Uruguai (Aecu), entidade organizadora e uma das mais ativas do setor.
No Uruguai, a posse de maconha para consumo pessoal não é tida como um crime, mas o cultivo e a comercialização sim, um fato que pode resultar em uma condenação de 20 meses até dez anos de prisão.Cientes de que a Cannabis Cup do Uruguai foi realizada à beira da ilegalidade, seus responsáveis não permitiram o registro de imagens no local, exceto pelo fotógrafo da própria organização.