A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) deve sinalizar no final de maio um posicionamento sobre a adoção do sistema de cotas no vestibular. A previsão foi anunciada, ontem, pelo reitor da UFRJ, Aloísio Teixeira.
Teixeira, que preside o conselho universitário, disse que se a decisão for tomada até o início do mês de julho, a UFRJ poderá aplicar o sistema das cotas já no vestibular de 2011. O reitor garante que não vai interferir na decisão, mas afirmou que é contrário à mudança dos critérios, defendendo que o problema da universidade brasileira não é abrir espaços para minoria, mas abrir espaço para a maioria.
“Hoje, [no Brasil] 13% dos jovens, entre 18 e 24 anos, cursam instituições de ensino superior. Esse número é ridículo. A média da América Latina é de 32%. Estamos abaixo da média da América Latina. Países da Europa e os Estados Unidos [a média] é de 60 a 70% dos jovens. O problema da universidade brasileira é ter capacidade de receber a juventude. A discussão de cotas teve uma importância imensa porque ela recolocou na ordem do dia a questão sobre a redemocratização do acesso. Mas, no caso brasileiro, ela acaba criando uma ilusão que vamos resolver por esse caminho”, disse Aloísio Teixeira.
O reitor defendeu o que define como “uma revolução na educação superior brasileira”. Segundo ele, só depois que as universidades criarem condições para que a maioria dos jovens tenha acesso ao ensino superior é que a discussão de cotas passa a fazer sentido.
“O que eu não gostaria é que o conselho não aprovasse as cotas por uma visão conservadora, de ser contra a democratização de acesso. Não aprovar as cotas implica uma posição ativa da nossa parte para ter propostas de ampliação do número de vagas na universidade e não deixar tudo como está”, alertou Teixeira.