É claro que a primeira motivação para quem quer realizar um trabalho voluntário é o desejo de ajudar alguém. Mas não dá para negar que a própria pessoa também sai ganhando. E não só pelo sentimento de estar fazendo boas ações.
Uma pessoa capaz de dedicar seu tempo e esforço para ajudar outra sem receber nada material em troca é bem vista por quem é responsável pela criação e gerenciamento de grupos. Afinal, quem não é egoísta na vida pessoal dificilmente será no emprego.
Cada vez mais empresas seguem esse princípio e, por isso, realizar algum trabalho voluntário pode se tornar um item de grande valor no currículo – mesmo que seja em uma área não diretamente ligada à empresa.
O Relações Públicas Pedro Prochno, de 24 anos, atribui à sua experiência no Rotex, um grupo de ex-intercambistas do Rotary Internacional, muitos pontos extras em sua carreira. “Em todas as entrevistas de emprego que fiz sempre o assunto de trabalho voluntário era comentado. Perguntavam o que eu fazia, por que fazia, para quem fazia e o que acreditava que isto beneficiaria”, explica.
Prochno se envolveu com o voluntariado ao participar de um programa de intercâmbio e cursar o último ano do Ensino Médio em Honeoye-Falls, no estado de Nova York. Lá mesmo nos Estados Unidos ele já começou a ajudar em atividades que arrecadavam dinheiro para instituições beneficentes. Ao retornar, não se desligou do Rotary, onde continua até hoje.
“Tudo isto me ajudou a amadurecer e me “profissionalizar” mesmo que pouco, mas a ter noções de hierarquia e estrutura organizacional. Foi em função deste aprendizado e vontade de trabalhar, fazer algo por outras pessoas e de me engajar em trabalho voluntário, que acabei conseguindo meu primeiro estágio, na Unisys (uma empresa de TI) ainda em 2005, nos primeiros dois meses de faculdade”, conta.
Ele ressalta que a responsável pelo setor decidiu apostar em alguém ainda sem experiência justamente por confiar que seu histórico de trabalho voluntário dizia muito sobre seu caráter.
“Até hoje lembro de minha então chefe dizer que gostou de mim e estava disposta a me “treinar”, mesmo sendo tão jovem, pois acreditava em meu potencial de crescimento e comprometimento”, diz. Além disso, logo ao se formar ele conseguiu uma vaga na Accenture do Brasil, uma empresa que tem um programa de voluntariado bastante forte no mundo todo.
Prochno trabalha hoje em Relações Governamentais, é integrante do Rotaract Clube Aliança Lapa e não hesita em dar seu conselho: “incentivo todos os jovens e inclusive adultos a buscar alguma organização para atuar como voluntário”.