O ator Kevin Costner (O Guarda Costas) poderia ter uma solução para conter os prejuízos causados pelo vazamento de óleo no Golfo do México. Ele vai emprestar à British Petroleum (BP) máquinas centrífugas com tecnologia desenvolvida por ele e por um grupo de cientistas, que separam o petróleo da água.
O próprio ator, ecologista e pescador nas horas vagas, viajou para Nova Orleans para apresentar a invenção e para propor seu uso para salvar o delicado ecossistema e, sobretudo, evitar outro desastre da magnitude do derramamento provocado em março de 1989 pelo petroleiro Exxon Valdez, no Alasca.
Foi precisamente essa tragédia ecológica que motivou o ator de 55 anos a investir em tecnologia que pudesse atenuar os efeitos de outro acidente similar. O Exxon Valdez derramou 37 mil toneladas de petróleo.
Preocupado com o impacto no ecossistema do acidente do petroleiro no Alasca, Costner comprou tecnologia incipiente do Governo americano em 1995 e investiu US$ 24 milhões de seu próprio dinheiro para desenvolvê-la para o setor privado.
“Kevin viu o derramamento do Exxon Valdez e, como pescador e ecologista, não acreditou que não tivéssemos uma tecnologia separadora (do petróleo da água)”, disse John Houghtaling, advogado e parceiro do ator na empresa Ocean Therapy Solutions, da qual é diretor-geral e que desenvolveu a tecnologia.
O irmão do ator, Dan, é um dos cientistas envolvidos no projeto e acompanhou Costner e Houghtaling a Nova Orleans, onde o ator disse estar “triste” por causa do derramamento, provocado pelo afundamento da plataforma Deepwater Horizon, operada pela BP, há exatamente um mês.
O diretor-geral de operações da companhia, Doug Suttles, assegurou que a BP autorizou o uso de seis das 32 máquinas da Ocean Therapy Solutions, para testes.
Os equipamentos são capazes de purificar 97% da água contaminada e Houghtaling explicou à imprensa que a empresa está trabalhando para desenvolver tecnologia para conseguir separar os 3% restantes.
As máquinas, segundo Costner, “estão preparadas para serem utilizadas e resolverem problemas”.
A companhia na qual o ator participa contratou cientistas da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) para distribuir as máquinas, que estão prontas em um navio em Venice.
A tecnologia estava pronta para uso há dez anos, explicou Houghtaling, mas ninguém tinha interesse nas máquinas, acrescentou.
A BP está estudando atualmente onde testá-las no Golfo do México e, se tudo funcionar como o previsto, dera início ao processo de separação do petróleo da água em poucos dias, acrescentou.
“Precisamos apenas que a BP nos dê seu sinal verde”, disse.