No ar desde o dia 11 de janeiro, o novo reality show do SBT, Solitários, garante ao público generosas doses de tortura física e psicológica. 

Os nove participantes, que disputam um prêmio de R$50 mil, ficam confinados individualmente em cúbilos de 7m² sem qualquer ligação com o mundo e sob o controle de um computador – chamado de Val. 

Além do veto ao banho, fome, frio, calor, desconforto e precariedade colocam em xeque a sanidade mental dos solitários, que segundo o site da atração, são “pobres cobaias”.

Outra regra do jogo é que a qualquer momento um participante pode abandonar a disputa, pra isso basta pressionar o botão vermelho que fica em cada cabine. O reality termina quando o último confinado desistir.

Criada nos EUA, em 2006, a atração tem, pela primeira vez, uma versão produzida no Brasil e, aparentemente, está dando certo. Denis Salles, diretor do programa, comemora ter conseguido alavancar a audiência da emissora em 40% em comparação aos números da semana anterior a estreia do reality, chegando a alcançar picos de 10 pontos no ibope. Enquanto isso, a novela Vende-se Um Véu de Noiva, não passou dos 5 pontos.

Alguns telespectadores acreditam que o programa é ainda melhor que Big Brother Brasil e A Fazenda, os dois reality shows mais conhecidos hoje.

A aposta ainda traz participantes diferentes e com problemas reais: uma dançarina de pole dance, uma modelo lésbica, uma patricinha de uma família falida que quer o prêmio para pagar as dívidas dos pais e até uma ex-moradora de rua.

A falta de interação entre os participantes e o fim do formato “novelinha” tão comum nos reality shows são os diferenciais para o telespectador João Pedro Ramos

“Achei melhor que o BBB por ser um programa novo e diferente. O BBB está tentando inovar e ser atraente de novo, criaram grupinhos, diversificaram o perfil dos participantes e etc, mas a fórmula já está desgastada. Solitários tem uma tortura psicológica muito mais forte, uma coisa claustrofóbica. Os participantes são bem diferentes uns dos outros e não interagem entre si, tirando toda aquela “novelinha” que os reality shows possuem. É um reality mais forte, pesado e psicologicamente interessante”, justifica.

 Já o estudante Erick Costa conta que é bacana ver como outras pessoas vão agir em situações adversas e defende a atração. “Não acredito que Solitários seja bizarro e apelativo, os programas dominicais, por exemplo, possuem um apelo muito maior”. Outro fã do reality show, Cidimar Campos confessa que se tiver a segunda edição  gostaria de participar.

Apesar dos bons índices de audiência, o analista de sistemas Bruno Rodrigues aponta algumas coisas que poderiam ser melhoradas. “O programa tem potêncial, a idéia é muito boa e chama a atenção, mas ficou “vazio”. Os competidores não são interessantes, as recompensas não tem muito sentido e as provas e “provocações” da Val são fracas, não passa a idéia de um robô com I.A. Por exemplo, outro dia ela fazia um “Uhuu” para “irritar” um dos competidores. Além deles acordarem com uma suave voz dando “bom dia!”. Senti que minha vida, fora de solitários, é muito mais dura”, desabafa.

Em entrevista ao portal Abril, Denis Salles contou que o final do programa ainda não foi gravado. “Ainda não sabemos o que fazer nessa final, se ela vai ao ar ao vivo ou não”. O diretor ainda soltou que a última pessoa a sair da cabine aguentou ficar 20 dias confinada e garantiu que a atração não quer brigar com o Big Brother e A Fazenda.

O programa vai ao ar todas as segundas e quintas-feiras, às 22h e no momento  ainda conta com cinco participantes.


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Solitários: Reality show do SBT ganha fãs com suas torturas

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