O Serviço de Vida Selvagem do Quênia (KWS, na sigla em inglês) inaugurou nesta quarta-feira um programa para a proteção dos grandes carnívoros do país, especialmente os leões, cujo número caiu de 2,8 mil para 2 mil, nos últimos oito anos, a largos passos para a extinção completa.
Além dos leões, guepardos, cachorros selvagens e hienas, cujas povoações se reduziram substancialmente nos últimos anos, também entram no programa. O sexto grande carnívoro do Quênia, o leopardo, entrará no programa em uma fase mais avançada.
“Os animais estão aí fora, em perigo de extinção, e não sabem disso; mas nós humanos somos responsáveis e temos o dever de estabelecer estratégias, não só para conservá-los, mas também para aumentar a sua população”, disse David Mwiraria, presidente do conselho de administração do KWS.
Segundo cientistas da agência, a principal causa da redução do número de carnívoros selvagens é a perda de seu habitat natural, que recentemente foi acentuada pela seca e a mudança climática. Isto gerou o aumento dos conflitos entre seres humanos e estes animais, que diante da falta de presas naturais atacam os povoados e o gado.
Conforme o KWS, no caso das hienas se acrescenta “a má imagem destes animais”, que levou algumas comunidades a tentarem exterminá-las.
“Estes grandes carnívoros são o tesouro que o Quênia quer manter durante muito tempo”, assinalou Noah Wekesa, ministro que foi o encarregado de lançar a campanha.
Wekesa destacou que a proteção destes predadores, especialmente os leões, atende não só aos motivos ambientais, mas também econômicos, já que a presença das feras é um dos maiores atrativos turísticos do Quênia.
“Todos os turistas que vêm ao Quênia querem ver leões e guepardos. Se não fizermos algo agora, em 50 anos não restará vida selvagem no Quênia”, ressaltou Wekesa.