50 Cent trouxe os hits que a galera pediu e curtiu, mas também trouxe uma marra fenomenal. O público sentiu um pouco essa falta de empatia: ele economizou na comunicação e não quis dar bis. Mas quem viu de perto mesmo foram alguns artistas brasileiros que estão tocando com ele na turnê.
O DJ carioca Sany Pitbull foi um deles. Indignado, desabafou no Twitter: “Que marra é essa, ‘neguim’? Qual é? 50 Cent mandou trancar o nosso camarim para ele poder passar. Pra que isso? Tá de Sacanagem?”
Falando ao telefone com o Virgula nesta sexta (16), mais tranquilo, Sany confirma que chegou a ficar de 15 a 20 minutos sem poder sair do camarim: “Foi bem esquisito. Vim pra assistir aqui porque a gente toca junto sábado, mas ninguém podia chegar perto dele, não teve contato. A gente tá acostumado a trocar ideias com os artistas, falar de música, fazer um contato.”
Sany estava com o pessoal do grupo DuGhettu, que abriu o show de 50 Cent. “Fiquei mais chateado por eles, porque são do hip hop e queriam conhecer o cara.”
Ele já tinha visto esse tipo de postura vinda de outros artistas gringos?
“Nunca tinha visto”, diz Sany. “Todo mundo é sempre receptivo. O Snoop Dogg quando veio, foi jogar sinuca com a galera na Lapa, tirou foto com todo mundo, uma postura completamente diferente. Com 50 Cent foi tipo, ‘agora o rei vai passar'”.
Sany também criticou o fato do DJ de 50 Cent, Whoo Kid, ser nada mais que um “soltador de bases”. “Eu gosto de ver performance, pra ver se me agrega alguma coisa, mas ali a MPC [módulo com sampler e sintetizador] estava desligada e ele só dava ‘play’ no CD-J.”
Como pontos positivos, Sany destacou a iluminação de 50 Cent, “realmente muito boa”, e a reação empolgada do público aos vários hits do americano.
Não é a primeira polêmica envolvendo a turnê de 50 Cent no Brasil. Semana passada, o DJ dele declarou que era terrível que o país fosse “conhecido apenas por sexo, mulheres e AIDS e futebol” e acabou tendo que se desculpar.