De Mamonas Assassinas aos 50 anos de Brasília, passando por garis e Michael Jackson. Tudo vira samba-enredo no carnaval e este ano não foi diferente, principalmente se o chamativo tema representar um polpudo contrato de patrocínio com a escola para bancar os desfiles cada vez mais milionários.

Os 50 anos da capital federal, comemorados este ano, pode servir, por exemplo, para apagar um pouco a imagem de cidade de políticos corruptos. Duas escolas farão homenagens. No Rio de Janeiro, a Beija-Flor gastou cerca de R$ 8 milhões (dinheiro veio de onde?) para contar a história de Brasília. Já em São Paulo, a diretoria da Tom Maior garantiu, em entrevistas para a imprensa, que não recebeu financiamento do distrito federal. Mesmo assim, o desfile mostrou a história da capital desde sua fundação e teve a participação de personagens como Frank Aguiar, Alexandre Frota e da banda da casa Capital Inicial.

E já que estamos falando de samba-enredo comprado, ou patrocinado, a Acadêmicos do Grande Rio fechou com a Brahma, que este ano comemora 20 anos de camarote no carnaval. A escola também faz homenagens aos garis, trabalhadores que estiveram em destaque recentemente quando o âncora Boris Casoy desdenhou a classe ao vivo durante o telejornal que apresenta, sem perceber que seu microfone estava transmitindo o áudio.

Histórico

Sabemos que o carnaval de sambódromo é uma festa cara, principalmente
no Rio de Janeiro, e as escolas precisam de grandes patrocínios. Mas
algumas letras de samba-enredo nos deixam pensando sobre qual foi o
motivo de tanta inspiração.

Em 2008, a Grande Rio falou
sobre o gás natural de Coari: “No Brasil, medo e deslumbramento / O gás
é natural é nosso dia-a-dia / É energia desenvolvimento”. (obs: Coari é
uma cidade do Amazonas e uma das maiores produtoras de gás natural do
País).

Em 2006, de acordo com o jornal Folha de SP, seis das 11 escolas de
samba de Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, tiveram o
ex-governador Anthony Garotinho como tema. Naquela época ele
era , pré-candidato do PMDB à Presidência.

Outras escolas

A carioca Estação Primeira de Mangueira fez uma homenagem especial para os Mamonas Asssasinas dentro de um setor inteiro dedicado apenas ao rock brasileiro. A integrantes da banda, composta por Julio, Bento, Sérgio, Samuel e Dinho, morreram em um acidente de avião há 14 anos em São Paulo.

Também no Rio, Johannes Gutemberg, o inventor da prensa tipográfica no século XV, que possibilitou a popularização do livro pela Europa por permitir que se fizesse várias cópias em pouco tempo, foi o homenageado da Salgueiro com o tema Histórias sem fim.

E entre as escolas que falaram delas mesmas, podemos citar a Gaviões da Fiel, que cantou “Corinthians, Minha vida, minha história, meu amor”. A Vai Vai aproveitou os 80 anos da escola e da história das Copas do Mundo para falar sobre o jubilieu de carvalho.

Em Olinda, Pernambuco, o Clube Carnavalesco Misto A Burra do Rosário
fez uma homenagem a Michael Jackson durante seu desfile no domingo. O fato tem atraído turistas estrangeiros que foram até a sede
acompanhar os preparativos para a homenagem ao rei do pop.

O vídeo abaixo é mais uma dessas homenagens, no mínimo, inusitadas. Em 1992, a Unidos do Cabuçú prestou homenagem à rainha dos baixinhos.


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Patrocínios ditam os enredos das escolas de samba

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