Depois que Guillermo Del Toro sucumbiu aos constantes adiamentos e decidiu abandonar O Hobbit, o projeto de dois filmes baseados na obra de JRR Tolkien ficou órfão.
Considerando todos os problemas que a produção enfrenta – mais notoriamente a crise do estúdio MGM – a revista americana Entertainment Weekly listou 15 diretores acostumados a lidar com casos difíceis e que poderiam assumir a vaga deixada por Del Toro, citando seus prós e contras.
Veja quem são eles:
1 – Sam Raimi (trilogia Homem-Aranha) – A seu favor, ele tem uma semelhança com Del Toro: ambos impulsionaram suas carreiras com filmes de terror de baixo orçamento que se tornaram sucesso. Por outro lado, a revista diz que ninguém precisa de “uma cena de Bilbo dançando”, citando Homem-Aranha 3.
2 – Alfonso Cuarón (Harry Potter e O Prisioneiro de Azkaban) – Amigo de Del Toro, o também mexicano é apontado como o responsável pelo melhor filme da saga Harry Potter. Porém, tem uma estética que poderia ser um pouco “dark” demais para O Hobbit, que é mais leve que Senhor dos Anéis.
3 – J.J. Abrams (Cloverfield) – Lost provou que ele consegue lidar com elencos numerosos, enquanto Jornada nas Estrelas mostrou que ele sabe tratar personagens queridos respeitosamente. O aspecto negativo é que Abrams seria acostumado a controlar suas produções e isso poderia causar conflitos com o produtor Peter Jackson e outros envolvidos.
4 – Neill Blomkamp (Distrito 9) – A vantagem é que o diretor já trabalhou com Peter Jackson. Além disso, o tempo gasto em Halo pode ter ensinado o sul-africano a ter paciência para negociar com a MGM. Por outro lado, faltaria experiência a ele.
5 – Terry Gilliam (O Mundo Imaginário do Dr. Parnassus) – “Esse não seria seu primeiro filme sobre um grupo de duendes aventureiros”, diz a revista, lembrando de Bandidos do Tempo. O argumento contra? Na verdade são dois. Primeiro que seu apreço ao visual olho de peixe poderia ameaçar encobrir o resto do filme. E, em segundo, o diretor tem um histórico de “maldições”, o que não ajudaria em nada um projeto já tão complicado quanto esse.
6 – Kevin Smith (Pagando Bem, Que Mal Tem?) – Não chega a ser exatamente uma aposta séria, já que o argumento a favor é a pergunta “J.R.R. Tolkien era fã de piadas com pênis, certo?”. Entretanto, o autor da sugestão admite Smith até pode saber criar um universo, mas que Nova Jersey é bem diferente da Terra Média.
7 – Quentin Tarantino (Bastardos Inglórios) – Dividir um filme em duas partes não é problema nenhum para ele. Mas…“no momento em que Bilbo Baggins sacar uma arma e citar diálogos de Black Mama, White Mama (filme de 1973, com Pam Grier), enquanto uma versão francesa de I Will Wait For You estiver tocando de fundo, saberemos que estamos longe demais do material original”.
8 – Chris Columbus (Esqueceram de Mim)– O diretor é considerado mais “maleável” que alguns dos outros sugeridos, e por isso poderia fazer filmes que fossem mais próximos da trilogia Senhor dos Anéis. Por outro lado, alguns item em seu currículo, como Nove Meses, Lado a Lado e O Homem Bicentenário, não depõem muito a seu favor.
9 – David Fincher (O Curioso Caso de Benjamin Button) – Uma versão sombria e quase-niilista de O Hobbit poderia ser interessante e a experiência em Clube da Luta pode ajudar na compreensão da esquizofrenia de Gollum. Mas um mundo fantástico de dragões e goblins não seriam o ideal para alguém tão dedicado a retratar a escuridão moral em ambientes urbanos.
10 – Kathryn Bigelow (Guerra ao Terror) – Sua habilidade em temas masculinos, evidenciada em Caçadores de Emoção e Guerra ao Terror, poderia ser útil. Mas dificilmente ela iria se interessar pelo projeto.
11 – David Lynch (A Estrada Perdida) – Assim como Gilliam, ele tem uma vasta experiência em trabalhar com os “verticalmente prejudicados”, afirma a revista. Contra? “Uma palavra, quatro letras: Duna”.
12 – Jen-Perre Jeunet (Amélie Poulain, Micmacs) – Seu jeitão tipicamente francês poderia ser uma combinação ideal para o gênero fantasia. Em compensação, não existe nenhuma francesa irritante ou engenhoca de Rube Goldberg no livro. Além disso, o diretor tem contra si o resultado de sua investida em uma série clássica de Hollywood, Alien: A Ressureição.
13 – Joss Whedon (Buffy) – Diálogos espertos e trivialidades divertidas seriam o lado positivo. Mas isso também poderia dar um tom errado. A revista brinca ainda dizendo que, com a sorte dele, o projeto seria cancelado depois do primeiro filme.
14 – Fran Walsh (roteirista de O Hobbit) – Fran pode ser a opção ideal porque, além de roteirista, produtora e compositora da trilha da trilogia Senhor dos Anéis, ela é mulher de Peter Jackson. Por isso, ninguém – além do próprio – conhece o projeto melhor que ela. O problema é que ela nunca dirigiu um filme antes.
15 – James Cameron (Avatar) – Ele é especialista em efeitos especiais caríssimos. Mas existem dois grandes riscos: que a missão de Bilbo se transforme em uma alegoria para salvar os pântanos e que os filmes levem 12 anos para ficarem prontos.