De tanto ouvir “grupo fechado, coerência, comprometimento”, me vem a maior preocupação nesse início de preparação da seleção brasileira. Falta ambição aos preteridos. Tenho a impressão de que existem dois grupos fechados: o dos titulares absolutos e dos reservas convictos.
“O importante aqui é estar preparado para jogar em todos os momentos”, a frase é de Julio Baptista quando perguntado se briga por vaga de titular.
Em todas as coletivas (e foram muitas), todas sonsas, ninguém se posicionou dizendo que vai brigar pela posição de titular. Brigar, mesmo no sentido figurado, parece algo proibido na seleção.
A postura intransigente de Dunga intimida qualquer tentativa para que algum jogador se aventure em chamar mais a atenção do que o titular. É o politicamente chato.
Eventualmente poderá trabalhar com 12, 13 ou 14 jogadores, não mais que isso. Quase a metade do grupo que foi para a África servirá apenas de SPARRING. Estão conformados com a situação.
Talvez isso explique um pouco a ausência de alguns que ficaram de fora. É difícil, mas tente pensar com a cabeça do Dunga. Daniel Alves e Nilmar serão os reservas imediatos; Baptista também faz parte dos planos. Josué, Kleberson, Grafite, Gilberto, Thiago Silva parecem ser figurantes.
O GRUPO pode se abrir um pouco mais por questões físicas. Luis Fabiano e principalmente Kaká têm problemas e falta de ritmo de jogo. Talvez seja mais COERENTE (grande palavra) colocá-los aos poucos na primeira fase. Caso seja esta a opção, Baptista e Nilmar devem ser os escolhidos. Uma invenção (pouco provável) seria colocar Daniel Alves no lugar de Kaká.
Valdomiro, Roberto Dinamite, Branco, Mazinho, Josimar, Amarildo, Kleberson (2002) foram alguns reservas que viraram titulares.
Mas poucas vezes vi reservas tão reservas como na seleção de 2010.
Desse GRUPO não faço mais nenhuma aposta. E para você, alguém pode roubar a vaga de um dos titulares? Ou os onze são intocáveis?
(Colaboração: Raphael Prates)