Sábado (19) começou rock’n’roll no Sònar 2010. A segunda noite do festival espanhol iniciou bem diferente da anterior, que tinha sido marcada por hits do Air, LCD, Hot Chip e Booka Shade. Riffs de guitarra, instrumentos no palco e microfones abertos, a banda vintage Roxy Music mostrou seu rock nostálgico durante uma hora e trinta minutos no palco principal.
Com faixas do início de carreira, como Remake – Remodel, Out of the Blue e If There is Something, o grupo levou fãs quarentões e cinquentões para a balada. Era nítida a presença de cabelos grisalhos e jaquetas de couro, no SònarClub que não chegou a lotar mais do que a metade. O espaço só ficou inteiramente cheio às 3h na apresentação do Chemical Brothers.
Durante o show do Roxy, acordes roqueiros também soavam nos outros palcos do festival (por mérito de coerência ou falta de atenção da curadoria?). A banda espanhola Pinker Tones tocava seu pop rock fácil com pitadas de sintetizadores da década de 1980 e um quê de RPM no SònarLab, enquanto o grupo islandês Jônsi distribuia doses de melancolia pura para os catalães. Sua introspecção ao melhor estilo Radiohead conquistou boa parte do público no grandioso SònarPub.
Enquanto o festival não esquentava para os fãs de eletrônica e hip hop, o melhor lugar para eles era a praça de alimentação, onde tinha um carrinho de bate-bate em versão adulto e neón. O som, que saia de um laptop instalado na cabine de comando do brinquedo, era house e electro bem animados. Se tivesse um DJ no comando, esta área teria sido uma verdadeira a pista de dança até o momento. Por volta de 1h30, o tom começava a variar nos palcos.
Lá dentro, no SònarClub, o MC Dizzee Rascal incendiou com rimas ligeiras e bases pesadas de grime e hip hop. O subgrave batia forte, não dava para ficar perto do palco sem protetores de ouvido, que podiam ser comprados a 17,5 euros na lojinha do festival. Entre sons fortes e nuances mais suaves de R&B, o ápice foi o freestyle sobre 30 segundos de Pon De Floor, faixa original do Major Lazer, dupla que não deveria ter ficado de fora desse line-up.
Espécie de residente do Sónar, Matthew Herbert tocou as primeiras notas eletrônicas da noite no SònarPub. Com 30 minutos de atraso, o inglês fez um show-conceito com samplers espalhados sobre uma escada no meio do palco, onde o músico subia de vez em quando para tocar. A maior parte do tempo, dominava seu teclado e a mesa de som, gravando sua voz ao vivo e retorcendo nas máquinas. O live não surpreendeu já que todo mundo conhece há anos seus truques experimentais.
O momento mais esperado, às 3h no Club, foi de difícil digestão, o Chemical Brothers mostrou apenas as misteriosas faixas do novo álbum Further durante uma hora cravada. O disco é quase todo instrumental, tem bons momentos de big beats e nao apresenta hits de cantar junto. Mas a química bateu forte no bis, quando Tom Rowlands e Ed Simons voltaram ao palco para tocar Hey Boy, Hey Girl, entre outros classicos. Acabou o show do duo, acabou o Sònar para muita gente.
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