Fernão Ciampa é produtor de vídeos, VJ e professor de História da Música Eletrônica na faculdade Anhembi Morumbi. Saiba mais sobre como ele chegou lá e veja as dicas dele pra você, que achou o trabalho interessante.
– De onde/como surgiu o interesse pela sua profissão?
Ia às festas de música eletrônica e ficava pensando que aquele espaço podia ter mais do que só música. Sem querer virei VJ e fui tentando entender o que eu fazia. Entrei num grupo de estudos sobre música eletrônica e sem querer virei professor.
– Qual sua formação?
Sou formado em Psicologia pela PUC-SP, mas já trabalhava com vídeo, pois aprendi a editar com um amigo. Daí fui morar em Londres e fiz cursos de documentário, cinema e música eletrônica, e quando voltei ao Brasil abri minha própria produtora de vídeo. Comecei a usar essa estrutura para fazer trabalhos mais artísticos junto a outros amigos, com o Embolex. A experiência de ser um dos VJs pioneiros do Brasil me abriu espaço para dar aulas/workshops. Ao buscar entender melhor onde eu estava, entrei nesse grupo de estudos ligado a USP, onde fiquei por alguns anos estudando. Não existia nada formal, que não fosse curso para ser DJ, sobre música eletrônica. Nessa época a Anhembi Morumbi estava abrindo esse curso de Produção Musical e fui contratado. Leciono três matérias: Cultura Digital e Produção Musical, História da Música Eletrônica e Música e Imagem – Videoclipe. São assuntos muito contemporâneos que me obrigam a estar me reciclando constantemente.
– Como você entrou no mercado?
Foi bem por acaso. Estava numa festa e conheci um ex-professor da minha esposa. Contei a ele sobre o que eu estava estudando, sobre meus trabalhos… Isso era uma sexta-feira. Na segunda eu estava contratado.
– Que dicas você daria pra quem quer seguir a mesma profissão?
Buscar entender o que te dá vontade de estudar em primeiro lugar. Depois estudar, mesmo que de maneira informal.
– Quais as coisas mais legais e as mais chatas com as quais alguém tem que lidar na sua profissão?
Aluno que fica dando desculpa e não faz nada. Depois ainda reclama da nota baixa. Mas tem bem mais alunos legais que compensam.